Criola sofre racismo em loja de São Paulo; artista mineira cobra posição do estabelecimento

Da Redação
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09/12/2021 às 16:03.
Atualizado em 14/12/2021 às 00:36
 (Foto: Redes Sociais/ Reprodução)

(Foto: Redes Sociais/ Reprodução)

A artista plástica belo-horizontina Criola foi vítima de racismo em São Paulo na última terça-feira (6). Em seu perfil no Instagram, ela relata o momento em que foi abordada pelo segurança de uma loja na capital paulista após ter feito o gesto de abrir a bolsa e que teria sido interpretado como uma tentativa de vender produto dentro do estabelecimento.

Criola conta que foi até uma loja especializada em papelaria no bairro Jardins, região nobre de São Paulo, para comprar embrulhos para presentes. Quando abriu a bolsa para mostrar à vendedora os objetos que seriam embalados, um segurança a abordou de forma agressiva pedindo que deixasse a loja, já que não era permitido vender nada no interior do estabelecimento.

Ainda na publicação nas redes sociais, Criola afirma que sempre evitou abrir a bolsa em lojas para que não pensassem que estaria roubando. Ela também evidencia o fato de que era a única pessoa negra no local, além do próprio segurança que a abordou. A artista pede uma retratação do estabelecimento e que o segurança seja treinado para não volte a incorrer em atos racistas.

Veja a publicação da artista:


A loja também se manifestou no Instagram. Em nota, ela se defende afirmando que o segurança não tem qualquer vínculo com o estabelecimento e que trabalha realizando a vigilância do quarteirão.

O episódio foi considerado lamentável pela loja, que pede desculpas pelo ocorrido e afirma já estar tomando providências em relação à empresa de segurança responsável pelo local.

Confira a postagem da loja:

 A resposta da loja, no entanto, não agradou Criola e vários outros usuários do Instagram, que responderam à publicação de forma crítica.

"Como um segurança sem vínculo com a loja entra na loja de vocês pra retirar uma pessoa de lá? Ele tá trabalhando de graça pra vocês e vocês não sabem? Resolveu do nada entrar na loja e tirar alguém. Sei… Não foi incidente! Nunca é! É proposital. É racismo e é crime!”, escreve Criola na seção de comentários da postagem da loja.

A loja respondeu ao comentário reiterando que o segurança é de uma empresa terceirizada, volta a pedir desculpas pelo ocorrido e afirma que está trabalhando para que situações como essa não tornem a acontecer.

Nascida em Belo Horizonte em 1990, Criola é o nome adotado por Tainá Lima para assinar suas obras. Formada em Moda pela UFMG, a artista se notabilizou pela pintura de grandes painéis. Ela é uma das integrantes do Circuito Urbano de Arte (Cura), responsável, dentre outras atividades, pelos murais pintados nos prédios do Centro de BH.

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