Crise põe fim à refeição de R$ 2 em cidades do interior de Minas

Ana Lúcia Gonçalves - Hoje em Dia
04/07/2013 às 07:16.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:44

Restaurantes populares fecham as portas e deixam milhares de pessoas sem ter onde comer pagando pouco em cidades do interior de Minas. Ipatinga e Teófilo Otoni, no Vale do Aço, e Varginha, no Sul do Estado, estão entre os municípios que suspenderam o serviço sob a alegação de não terem como bancar, sozinhos, a refeição a preço mínimo. A situação dos refeitórios é mostrada pelo Hoje em Dia desde terça-feira (2).

Inaugurado em agosto de 2007, o Restaurante Popular de Ipatinga foi fechado em novembro de 2012 e deixou de servir 2 mil refeições por dia. O motivo: uma dívida de R$ 535 mil com fornecedores, segundo a administração atual.

Nos primeiros anos de funcionamento, a manutenção era subsidiada com recursos do governo federal, em parceria com o município. O custo era de R$ 1,7 milhão ao ano. Mas, pelo convênio, a partir de novembro de 2011 a prefeitura deveria arcar integralmente com a despesa. A dívida teria surgido daí em diante.

O imóvel público nunca passou por reformas e um laudo do Corpo de Bombeiros condenou as instalações. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), a adequação às normas de segurança está orçada em R$ 600 mil.

“A administração municipal trabalha no levantamento técnico detalhado para estudar a viabilidade de reabertura do equipamento”, informou, em nota, a prefeitura, sem mencionar prazos.

Pressa

A situação é semelhante em Teófilo Otoni. Segundo o prefeito Getúlio Neiva, a obra foi feita a toque de caixa pelo antecessor e inaugurada dias antes das eleições de 2012. “Mas estava incompleta”, assegura.

De acordo com Neiva, o espaço ficou pronto há 15 dias. No entanto, como a prefeitura passa por uma crise “sem precedentes”, não haveria viabilidade financeira para subsidiar a refeição a R$ 2. Por isso, o serviço continua suspenso. Um estudo está sendo feito para avaliar como reabrir a unidade “sem acarretar, novamente, no déficit de R$ 50 mil por mês”.

“O restaurante popular ajudava muita gente e está fazendo falta”, diz o fotógrafo Ronnie Wagner Caldas Araújo, de 41 anos. Autônomo, ele passava o dia na Praça Tiradentes, no Centro. “Agora, tenho que ir em casa almoçar”.

O auxiliar de serviços gerais Ednardo Martins de Souza, de 28 anos, também lamenta o fechamento do refeitório. “Muitos comerciários frequentavam o espaço. A comida era boa e barata. Com esse dinheiro, não dá para matar a fome em outro lugar”, diz.
Campanhas organizadas pela comunidade tentam convencer a administração municipal a reabrir a unidade.

Leia mais na http://hojeemdiardp2.digitalpages.com.br/html/login/93

© Copyright 2024Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por