Curso capacita pessoas com síndrome de Down para o trabalho

Da Redação
Hoje em Dia - Belo Horizonte
24/10/2017 às 20:49.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:22
 (Arquivo Pessoal/Divulgação)

(Arquivo Pessoal/Divulgação)

A Feira Internacional de Negócios, Inovação e Tecnologia (Finit), que acontece no Expominas, em Belo Horizonte, de 31 de outubro a 4 de novembro, terá participações especiais. É lá que, no dia 1º, 20 alunos com síndrome de Down matriculados no curso de recepcionista de eventos, promovido pelo governo do Estado, terão a oportunidade de testar o que já aprenderam na capacitação gratuita.

A iniciativa é inédita em todo o país. Os aprendizes fazem o curso pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), em uma parceria entre a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) e Prefeitura de Pedro Leopoldo, na Grande BH, onde as aulas estão sendo ofertadas. 

No curso que tem duração de três meses, totalizando 200 horas de conteúdo, os alunos aprendem formas de tratamento e noções de boa postura. As aulas são ministradas de segunda a quinta-feira, das 13h às 17h. A formatura será em 21 de dezembro.

“O mercado de trabalho já absorve bem o trabalhador com deficiência motora, mas quem tem limitações cognitivas fica de fora. Então, tivemos a ideia de criar este projeto piloto para a inclusão dessas pessoas”, explica a superintendente de Ensino Tecnológico e coordenadora do Pronatec na Sedectes, Cristiane Saldanha.

Experiência

A professora Cleusa Benfica afirma que ensina e aprende muito com a turma. “Tudo que planejo para dar em sala, muitas vezes, tenho que repensar. Preciso ter um plano A, B, um C e até um D para ensiná-los o conteúdo do curso dentro das possibilidades deles. É um desafio, mas muito gratificante”. 

“Já aprendi a falar seja bem-vindo, bom dia, boa tarde. O curso mudou a minha vida”, contou Felipe Augusto Pereira, de 23 anos. Deborah Rudinelli, de 29, diz que já conseguiu uma vaga de trabalho na Associação de Pais e Alunos Excepcionais (Apae) de Pedro Leopoldo. 

Mais programas

Além dessa iniciativa, o governo do Estado dispõe de outros programas e serviços para pessoas com deficiências. Em 29 de setembro, por exemplo, o Dia D, realizado pela Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese), atendeu mais de 400 pessoas com deficiências e reabilitadas do INSS no posto especial do Sistema Nacional de Emprego (Sine), montado na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte.

Lá, foi feito o contato entre trabalhadores e empregadores. Após entrevista, os candidatos foram encaminhados para as empresas.

De janeiro até 2 de outubro, foram oferecidas 1.578 vagas para profissionais com deficiência nos postos do Sine em Minas. Do total, 4.746 foram encaminhados e 494 contratados.

Centrais facilitam comunicação com os deficientes auditivos

Três Centrais de Interpretação de Libras (CEIs) instaladas no Estado ajudam deficientes auditivos ou os surdos a se comunicarem. As unidades estão localizadas na capital, em Juiz de Fora (Zona da Mata) e Uberlândia (Triângulo). Nesses locais, os profissionais dão assistência presencial e servem de intérpretes e tradutores, gratuitamente, em bibliotecas, hospitais, consultas médicas, dentista, bancos, Procons, tribunais, INSS e outros serviços públicos.

A gestão das centrais é compartilhada pelos governos federal, estadual e municipal. Equipar as instalações e contratar funcionários é responsabilidade da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac).

200 bibliotecas em Minas disponibilizam livros em braille e audiolivros, entre outros

Treinamento

Já uma parceria entre a Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) e a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) vai capacitar 720 servidores estaduais, que atuam em 131 postos do Sine, para se comunicarem na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Dessa forma, os profissionais estarão aptos no atendimento especializado às pessoas surdas que buscam colocação no mercado de trabalho.

Kits

Em setembro e outubro, a Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) está entregando computadores, impressoras e projetores multimídia adaptados para 25 Conselhos Municipais dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Os kits foram adquiridos em parceria com o Ministério Público do Trabalho. 

Os conselhos buscam definir a política municipal de interesse dessa população e promover atividades que contribuam para a integração cultural, econômica, social e política. Para o secretário da Sedpac, Nilmário Miranda, a expectativa é reforçar o desempenho das funções e das atividades.

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