(Maurício Vieira)
Para se tornar um engenheiro de minas, a sala de aula não deve ser o único espaço de aprendizado. É preciso conhecer de perto as formações geológicas, saber identificar os minerais e ir sempre aos locais em que esses itens podem ser observados.
No curso das Faculdades Kennedy, ofertado na unidade de Venda Nova, na capital mineira, os estudantes têm trabalhos de campo desde os primeiros períodos da graduação.
Para a aluna do 9° período, Milena Lopes Pedersoli, de 22 anos, ir a campo foi essencial para que a turma pudesse entender conceitos abstratos vistos em sala de aula.
“As visitas são essenciais porque é muito difícil saber sobre geologia e mineração sem vivência. Não adianta só saber a parte teórica, precisamos ver como funciona”, diz.
No quarto período, Milena e os colegas passaram dois dias em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, analisando as formações do solo e das rochas.
“No início do curso, os professores falavam sobre as máquinas, tratores, escavadeiras em plantas de refinamento de minério. A gente imagina, claro, no tamanho que vemos por aí nas estradas, só que nas mineradoras elas são três vezes maiores. É algo que só vemos com a prática”, conta a estudante.
A coordenadora do curso, Cláudia Duarte da Conceição, ressalta que os trabalhos de campo e as visitas técnicas a mineradoras são diferenciais da graduação.
“É o reconhecimento do que eles aprendem nas aulas. Eles coletam amostras de rochas para fazerem atividades práticas nos laboratórios da faculdade”, lembra a professora.
Ferramentas
Laboratórios bem equipados e completos permitem aos alunos realizar experimentos dentro do ambiente acadêmico.
Conforme a coordenadora, o curso também tem ênfase na pesquisa para que o aluno deixe a faculdade com formação completa e condições de atuar em todos os campos que um engenheiro de minas pode trabalhar.
Pesquisa por depósitos minerais, processos de extração de minério, análise da viabilidade técnica e econômica das atividades extrativas, tratamento dos materiais para revenda na siderurgia e na construção civil e acompanhamento e licenciamento ambiental são algumas das áreas do mercado de trabalho em que há espaço para os futuros profissionais.
Iniciação científica
Os projetos de iniciação científica dos alunos são uma forma de integrar o ambiente acadêmico e os estudos na área da engenharia de minas ao mercado de trabalho, além de prepararem a turma para um mestrado ou uma pós-graduação.
A coordenadora Cláudia Duarte da Conceição explica que, na pesquisa, os estudantes utilizam os laboratórios da graduação para simular práticas vividas na rotina de um engenheiro. “Conseguimos, por exemplo, fazer beneficiamento de minério em pequena escala, o que pode ser útil para empresas menores”, diz.
Estágio
Por meio da pesquisa, os estudantes podem vivenciar, em escala reduzida, processos industriais utilizados por grandes companhias do ramo. Foi o que ajudou a aluna do décimo período Gilssaha Franklin Maciel, de 27 anos, a conseguir um estágio em uma mineradora. Ela já estudava, na iniciação científica, aspectos mineralógicos semelhantes aos da vaga que ocupa na empresa.
“Os projetos nos ajudam muito, porque, por mais que sejam de pesquisa, estão sempre integrados à prática e ao dia a dia da engenharia de minas”, observa.