Cursos oferecidos pelas Uaitecs capacitam profissionais de conselhos tutelares

Da Redação
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02/11/2017 às 14:15.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:31
 (Sedpac/Divulgação)

(Sedpac/Divulgação)

Mais de três mil conselheiros tutelares foram capacitados neste ano em Minas. Ao todo, 2.600 profissionais participaram de qualificações oferecidas pela Universidade Aberta e Integrada de Minas Gerais (UaiTec) e outros 450 estiveram em cursos presenciais. De participação popular e representação social, o Conselho Tutelar garante a implementação de várias ações de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Os cursos não presenciais acontecem uma vez por mês. Entre os temas trabalhados, que foram levantados junto aos conselhos, estão violência sexual, trabalho infantil, bullying e discriminação racial. As aulas têm duração de três horas e incluem um bate-papo com os participantes nos polos das UaiTecs.

A Uaitec oferece, de forma gratuita, qualificação profissional por meio de polos de educação a distância. As unidades do programa contam com salas com capacidade média de 25 alunos 

Melhor atendimento

Segundo o governo de Minas, o objetivo das atividades é reforçar e otimizar as atribuições e competências dos conselhos, “garantindo melhor atendimento à população”. As ações são coordenadas pela Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Social e Cidadania (Sedpac). “Os conselhos são órgãos que têm a função de garantir o acesso de todas as crianças, adolescentes e suas famílias ao conjunto de direitos garantidos na legislação. Então essa aproximação que temos promovido entre o Estado e os conselhos, que não acontecia antes, é importante no sentido de aprimorar o serviço ofertado”, destaca a coordenadora Especial da Política Pró-Criança e Adolescente da Sedpac, Célia Nahas.

Em Taiobeiras, no Norte de Minas, a conselheira Adriana dos Anjos conta que participou de praticamente todos os cursos oferecidos. “São excelentes e extremamente importantes. Conseguimos um avanço muito grande com essas capacitações. Foi por meio delas que percebemos a necessidade de divulgar melhor o papel do conselho, inclusive na zona rural. Hoje, o trabalho é muito mais proativo”, diz.

No ano passado, o Conselho Tutelar de Taiobeiras recebeu cerca de 140 denúncias. “Este ano, de janeiro a setembro, tivemos 113 denúncias. Quanto mais a população conhecer o nosso trabalho, mais saberá em quais casos nos procurar e menos se sentirá receosa de fazê-lo”.

Obrigatoriedade

Em Araporã, pequeno município com cerca de 6 mil habitantes no Triângulo, o conselheiro tutelar, Humberto da Silva, defende que as capacitações sejam obrigatórias. “Todas as informações são pertinentes ao trabalho que a gente faz. E é no bate-papo que podemos tirar dúvidas e trocar experiências com diversos órgãos de outros municípios. Isso é fundamental e os conselheiros deveriam ser até obrigados a participar”, comenta. 

“Teve um mês que recebemos qualificação sobre o acolhimento institucional. Coincidentemente, estávamos em um momento conturbado aqui: tínhamos acolhido cinco crianças, de duas famílias diferentes. Então veio na hora certa. Foi iluminado. Minas Gerais está de parabéns com essa iniciativa”, acrescenta Humberto da Silva.

Atuação

O Conselho Tutelar é mantido pela prefeitura e está presente em quase 100% dos municípios brasileiros. Os órgãos foram instalados a partir de 1990 com o objetivo de aprimorar e fortalecer o sistema de direitos e garantias. Em Belo Horizonte, há nove conselhos tutelares instalados e em funcionamento, sendo um em cada regional. O órgão é considerado parceiro fundamental pelas autoridades policiais, judiciárias e pelo Ministério Público.

Em 2016, tomaram posse os conselheiros tutelares eleitos pela primeira vez no Processo de Escolha Unificado, realizado em todo o país em outubro de 2015. Em Minas Gerais, foram escolhidos os novos membros em cerca de 880 Conselhos Tutelares. A eleição unificada foi estabelecida pela Lei federal 12.696/12, que alterou quatro artigos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e dispôs sobre a organização dos Conselhos Tutelares.

A lei garantiu também a remuneração mensal aos membros desse órgão, bem como assegurou direitos trabalhistas, como cobertura previdenciária, férias anuais remuneradas, licenças maternidade e paternidade.

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