(Lucas Prates)
A vida de Halister de Aquino, de 18 anos, é bem diferente da maioria dos rapazes da sua idade. Durante o dia ele frequenta normalmente a escola. A seu redor sempre tem gente curiosa para saber como é morar no circo. “Em todo colégio que chego, quando falo que sou do circo, todo mundo já brinca: é palhaço!”.
O que poderia ser até considerado bullying, para Halister não incomoda nem um pouquinho. Até porque, ele é palhaço mesmo. O Chapelito, com muito orgulho. Graças à profissão, já tem sua independência financeira, só faz o que gosta e vive leve. “Eu sou feliz assim, não penso em fazer outra coisa”, diz.
Halister é de uma família de artistas circenses. A mãe era bailarina e o pai se arriscava no globo da morte. Hoje já estão aposentados. Uma das irmãs vive com ele no Circo Mirage e trabalha na administração. Outra irmã está em um circo na Inglaterra, como uma das poucas mulheres que encara o globo da morte.
Para ele, ser palhaço foi uma oportunidade. “O palhaço que tínhamos estava indo embora, aí pedi para tentar fazer o número. Gostaram e eu fiquei. Já sou divertido, brincalhão fora de cena, é meu jeito, gosto disso”, conta.
Voando
Ricardo Robattini é amigo de Halister no circo e também companheiro na escola. Quando não está na sala de aula, treina firme para não titubear no trapézio. Aos 13 anos, ele já se apresenta no picadeiro e encara tudo como uma grande brincadeira. “O que eu faço é como estar voando, é muito bom”, diz.
Ricardo é a sexta geração de uma família de artistas de circo. A mãe, Geovana Robattini, bailarina do Mirage, garante que dá pra viver sob rodas e ter educação de qualidade. “Não atrapalha, sempre estudamos assim, depende muito deles”, reforça.Lucas Prates / N/A
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