O coordenador de Defesa Civil de Mariana, Welbert Stopa, garantiu que o descolamento do rejeito que estava na barragem de Fundão nesta quarta-feira (27) não traz risco de novos danos para a população local de outras cidades próximas. A barragem é a mesma que se rompeu no dia 5 de novembro atingindo as comunidades de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, e deixando 17 mortos e duas pessoas desaparecidas.
O servidor sobrevoou a área da barragem junto com técnicos da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) para avaliar in loco a situação da região. O acidente ocorreu por volta do meio-dia. O alerta amarelo foi acionado e todos os funcionários próximos à área tiveram que deixar o local.
"A Central da Guarda Municipal foi acionada por um funcionário da empresa, que estava trabalhando nas barragens, informando que a Samarco estava evacuado a área onde havia remanescente de rejeito ", contou Stopa. Ainda de acordo com ele, toda a lama ficou acondicionada dentro da área industrial da empresa e não foi preciso notificação sobre o acidente.
Welbert Stopa ressaltou que as demais estruturas da barragem Santarém não foi abalada e informou ainda que, por causa da constante chuva na região, todas as equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros estão em alerta.
No sobrevoo, os servidores ainda constataram que não houve abalo em nenhuma estrutura das barragens de Germano, que fica acima das barragens de Fundão e Santarém. Um laudo será emitido pela Defesa Civil do Estado sobre o acidente.
Resposta
Em nota, a Samarco informou que a movimentação de parte da massa residual aconteceu devido as chuvas das últimas semanas. "De forma preventiva e seguindo seu Plano de Emergência, os empregados, que atuam próximo à área afetada, foram orientados a deixar o local", comunicou a mineradora.
Ainda conforme a empresa, não houve necessidade de acionamento de sirene. "Ressaltamos que o volume deslocado permanece entre a barragem de Fundão e Santarém, dentro das áreas da Samarco". A mineradora garantiu, também, que as estruturas das barragens de Germano e Santarém permanecem estáveis e em constante monitoramento.
Avaliações
O promotor do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Carlos Eduardo, disse, por meio da assessoria do órgão, que assim que foi informado sobre o vazamento solicitou à Coordenadoria de Meio Ambiente que enviasse um técnico ao local para checar o que, de fato, ocorreu.
Além disso, a Cedec e a Polícia Militar foram para o local do incidente para avaliar a situação da barragem Fundão. Uma equipe do Núcleo de Emergências Ambientais (NEA) da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) também segue para Mariana para apurar as consequências para o meio ambiente e tomar as providências cabíveis.