(Defesa Civil/ Divulgação )
Em coletiva concedida nesta sexta-feira (24), véspera do prazo previsto para o rompimento do talude do complexo minerário de Gongo Soco, em Barão de Cocais, o porta-voz da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel Flávio Godinho, disse que o bombardeio de informações sobre a situação da barragem está alarmando a população de forma desnecessária.
Veja abaixo o vídeo feito durante um sobrevoo da Defesa Civil pela barragem em Gongo Soco:
"Cada vez mais que potencializamos as informações de forma ruim trazemos mais angústia e temor à população, como no caso do fechamento de agências bancárias e correios na cidade de forma desnecessária. Se a população já está em crise, deixar de prestar os serviços potencializa ainda mais essa situação", disse.
Segundo ele, a movimentação do talude na manhã desta sexta foi de 12 centímetros, mas o risco iminente do rompimento do talude não significa necessariamente que vai implicar no rompimento da barragem, já que a chance desses dois eventos se relacionarem é de 15%.
De todo modo, um novo estudo de projeção da lama em caso de rompimento, o "dam break", trabalha com o pior cenário de rompimento para evitar que uma tragédia semelhante a que aconteceu em Brumadinho se repita. No estudo, a projeção do trajeto da lama considera 100% dos rejeitos em carreamento para as áreas de inundação.
Na projeção, a lama iria gastar uma hora e 12 minutos para atingir a primeira residência de Barão de Cocais, duas horas e 36 minutos para chegar até a primeira residência da área rural de Santa Bárbara e, na cidade, três horas, e mais oito horas para atingir São Gonçalo do Rio Abaixo, outro município que está no trajeto dos rejeitos. Após são Gonçalo do Rio Abaixo, a lama percorreria ainda mais 40 quilômetros.
Ainda conforme Godinho, para chegar ao comércio de Barão de Cocais seria uma hora e 30 minutos aproximadamente. "Por isso, as agências podem trabalhar de forma segura, e todos os serviços públicos e particulares deveriam voltar a funcionar para dar tranquilidade às pessoas e não vitimizá-las ainda mais", conclui.
Por meio de nota, a Vale informou que "adotou todas as medidas preventivas em Barão de Cocais, desde o dia 08 de fevereiro, com o objetivo de assegurar a segurança dos moradores da região" e reforçou que "tanto o talude da mina de Gongo Soco como a Barragem Sul Superior estão sendo monitorados 24 horas por dia e as previsões sobre deslocamento de parte do talude, revistas diariamente".
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