Defesa de "Bola" tentará desqualificar inquérito sobre caso Bruno

Thaís Mota - Hoje em Dia
21/04/2013 às 18:01.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:00
 (Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

(Eugênio Moraes/Hoje em Dia)

Com testemunhas ligadas de alguma forma ao ex-delegado Edson Moreira, a defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", alegou que vai tentar desqualificar as investigações sobre o desaparecimento e morte da ex-modelo Eliza Samudio. "São todos personagens que gravitam em órbita do inquérito. Com isso, queremos provar que ele foi mal-feito, tendencioso e direcionado", afirmou o advogado do réu, Fernando Costa Oliveira Magalhães.

Entre as testemunhas arroladas pela defesa está o repórter José Cleves da Silva, conhecido por denunciar esquemas de corrupção na polícia mineira. Ele foi acusado pelo assassinato de sua esposa em dezembro de 2000, mas foi absolvido por 7 votos a 0 no tribunal do júri. As investigações foram conduzidas pelo delegado Edson Moreira, o mesmo que comandou o inquérito sobre o sumiço e morte de Eliza Samudio. Conforme relatos publicados no livro "A Justiça dos Lobos", o José Cleves conta como passou de vítima de um assalto ele a suspeito de homicídio, segundo ele por provas plantadas pelo delegado.

Além dele, serão ouvidos ainda as delegadas Alessandra Wilke e Ana Maria dos Santos, que participaram das primeiras investigações sobre o desaparecimento de Eliza Samudio e "Bruninho", filho da ex-modelo com o goleiro Bruno Fernandes. O corregedorada Polícia Civil de Minas Gerais, Renato Patrício Teixeira também foi arrolado como testemunha de defesa do réu. Já Cristiano Lopes de Almeida, treinador de futebol do filho de "Bola", foi dispensado e não deve mais ser ouvido, segundo o advogado Fernando Magalhães.

Porém, em contrapartida, o deputado estadual Durval Ângelo também está listado entre as testemunhas de defesa e já adiantou que vai reafirmar que o inquérito feito pelo delegado Edson Moreira não só está correto como também está de acordo com outras investigações feitas pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e que apontavam o possível envolvimento de "Bola" em outros homidícios, cujos cadáveres nunca apareceram. "Fui eu que o denunciei. Não entendi porque fui arrolado como testemunha de defesa. Deve ter sido algum erro ou confusão dos advogados", disse o parlamentar.

Durval Ângelo assegurou ainda que cumprirá com seu dever comparecendo ao tribunal do júri no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em COntagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e acrescentou que só dira a verdade aos jurados e à juíza Marixa Fabiane Lopes. "'Bola' é um criminoso perigoso e é isso que vou dizer. Serei duro, cruel e firme em minha acusação, da mesma forma que ele foi com suas vítimas", completou.
 

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