Defesa de Jailson, testemunha chave do Caso Bruno, denuncia ameaça de morte

Jefferson Delbem - Do Hoje em Dia
22/01/2013 às 16:37.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:53
 (Carlos Roberto/Arquivo Hoje em Dia)

(Carlos Roberto/Arquivo Hoje em Dia)

A defesa do detento Jailson Alves de Oliveira, uma das principais testemunhas do Caso Bruno, enviou nesta terça-feira (22), uma petição ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e à juíza responsável pelo caso, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, pedindo proteção para o cliente. Os advogados do preso pediram ainda a prisão do policial civil José Laureano de Assis, que segundo eles, teria participado do assassinato de Eliza Samudio. O advogado Francisco Angelo Carbone enviou cópia do documento ao Hoje em Dia, onde ele relata que Jailson estaria sofrendo ameaças dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde cumpre pena. Conforme o defensor, seu cliente estaria "sendo pressionado, ameaçado, torturado por agentes dos presídios e maus policiais, ao que parece todos eles são enviados pelo ex-policial civil, Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", e sua quadrilha com o objetivo de que [Jailson] volte atrás de suas falas e seus testemunhos".   Além disso, a defesa afirma que Jailson também é pressionado pelo policial José Laureano, que de acordo com o detento, teria auxiliado "Bola" na execução da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. "Existem nos autos provas suficientes de que José Laureano auxiliou na morte e destruição de seu cadáver. É impossível o "Bola" sozinho enforcar de costas a Samudio e ao mesmo tempo segurar seu tórax de frente para que ela não respirasse e, para cortá-la em pedaços ou colocar no microondas, seria necessário um segurar o corpo e o outro colocar os pneus", relatou na petição.

Esta não é a primeira vez que o detento denunciou ameaças dentro do presídio. Confira:

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Diante de ameaças, defesa quer liberdade de testemunha do caso Bruno   A defesa, ainda no relato ao Ministério Público e a juíza, teme pela morte de Jailson e de sua mulher, antes mesmo que o goleiro Bruno seja julgado. "Teme-se que eles venham a ser executados antes mesmo do júri do Bruno. O meu cliente me enviou uma carta dizendo que não aguenta mais ser pressionado", disse o advogado. Ele ainda pede para que Bruno Fernandes também responda por tentativa de homicídio qualificado contra o próprio filho, o Bruninho, e que, o crime somente não ocorreu, porque o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos "não quis cumprir o serviço".

Relembre o caso

Jailson Alves de Oliveira dividiu cela com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", apontado pelo Ministério Público como executor do assassinato de Eliza Samúdio. Em 2011, o detento foi à polícia e contou tudo o que ouviu de "Bola" na cadeia.   Além da confissão da morte de Eliza Samúdio, que disse ter ouvido do colega de cela, Jailson relatou um suposto plano para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, o delegado Edson Moreira, o deputado estadual Durval Ângelo, além dos advogados Ércio Quaresma e Eliza, José Arteiro.    O detento indicou ainda um local onde o cadáver da ex-modelo estaria, mas nenhum vestígio do corpo foi encontrado pela polícia. Jailson ainda disse que Luiz Henrique Ferreira Romão, o "Macarrão", seria um dos líderes do tráfico de drogas em Ribeirão das Neves, na RMBH.  

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