(Ricardo Bastos)
O futuro é incerto para centenas de estudantes matriculados no curso de Medicina da Universidade Vale do Rio Verde (Unincor), em Belo Horizonte. Depois de o Ministério da Educação (MEC) instaurar processo administrativo para desativar a graduação e dar prazo, até a sexta-feira (8), para a faculdade apresentar a defesa, o retorno às aulas ainda não está garantido.
Até o fechamento desta edição, a instituição de ensino não respondeu aos questionamentos da reportagens, feitos por e-mail e por telefone. O MEC também não soube informar se os documentos exigidos foram apresentados no tempo estipulado.
Em nota, porém, o ministério enumerou vários problemas que comprometem a qualidade do ensino da Unincor. Segundo o órgão, foi constatada a inadequação “dos cenários de prática, da composição de corpo docente, da grade curricular e do projeto pedagógico (inclusive quanto à carga horária)”. As deficiências foram encaminhadas, em 2010, pelo Ministério Público Estadual.
Intervenção
Diante das falhas, a instituição foi alvo de uma medida cautelar, que suspendeu o ingressos de novos alunos. A faculdade também passou por um processo de supervisão especial. Segundo a nota do MEC, uma visita realizada durante o período concedido para a correção detectou que os problemas persistiam e, em um quadro geral, até se agravaram.
Outro agravante é que a universidade foi forçada a desocupar o imóvel onde funcionava a graduação de Medicina, no bairro Luxemburgo. O caso só chegou ao conhecimento do órgão recentemente.
Faltando apenas uma semana para o início das aulas, os estudantes ainda não foram comunicados sobre o novo endereço da graduação. “Na semana passada, enviaram para a gente um e-mail avisando que, até a manhã de hoje (ontem), no máximo, seríamos avisados sobre o novo local”, conta um estudante do 4º ano, que pediu para não ser identificada. Até as 16h30, a informação não tinha sido enviada.
Sem saber se poderá estudar, ele está em dúvida se paga a mensalidade, de R$ 3.700. “Não consigo respostas do MEC ou da faculdade. Estamos de mãos atadas”, critica.
Já o estudante Ítalo Facella, do 7º período, não está preocupado com uma possível desativação do curso. “Tenho amigos que fazem Medicina em outras faculdades e não percebo nenhum déficit pedagógico”, diz.