Definição do preço das passagens de ônibus de BH só em março

Alessandra Mendes - Do Hoje em Dia
24/02/2014 às 23:33.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:15
 (Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

(Ricardo Bastos/Hoje em Dia)

Os belo-horizontinos vão ter que esperar até o mês que vem para ter acesso à conclusão da auditoria dos contratos das concessionárias de transporte coletivo da capital. Mesmo após três meses de atraso para a divulgação dos dados, prevista para novembro do ano passado, o relatório final não foi apresentado nesta segunda-feia (24), como previsto. Com isso, definições importantes, como a alteração no valor da tarifa de ônibus, ficaram para depois.

Os levantamentos apresentados pela consultoria Ernst & Young mostraram que as empresas registraram um prejuízo em 2012 de mais de R$ 25 milhões. Uma das justificativas apontadas pela auditoria para a queda na receita é o aumento da frota. Cerca de 200 veículos foram adquiridos, o que impactou ainda na mão de obra e no número de viagens realizadas.

Desde 2008, os caixas haviam contabilizado apenas lucros. O receio é de que esse prejuízo possa impactar no valor pago pelo passageiro, para equalizar as contas.
“Esse cálculo é feito com base na taxa interna de retorno e não nos lucros ou quedas de um ano isolado. Será feito um balanço dos quatro anos passados e uma projeção dos próximos 16. A partir daí, a taxa é calculada e só então se analisa a necessidade de alteração na tarifa”, explicou o diretor de Transporte Público da BHTrans, Daniel Marques Couto.

O contrato da empresa com as concessionárias prevê uma taxa interna de retorno de 8,95% com base no valor que foi investido. Ainda é preciso avaliar variações de mercado e riscos e considerações previstas inicialmente. Em março, com o relatório final, será possível determinar se as fornecedoras do serviço estão abaixo ou acima desta taxa e, a partir daí, fazer uma correção no valor pago pelo usuário.

“Essa conclusão ainda não saiu porque são projeções complexas que devem ser feitas, considerando ainda as informações do novo transporte, o BRT. Isso tudo demanda tempo”, alegou Couto. A data para divulgação do relatório não foi revelada.

De tudo o que foi apresentado nesta segunda-feira, durante a reunião do Conselho Municipal de Mobilidade Urbana, apenas uma definição foi apontada pela BHTrans como uma medida a ser acatada. A auditoria recomendou que as concessionárias fossem penalizadas financeiramente em caso de não cumprimento da qualidade do serviço. “O que está sendo proposto é que além das multas aplicadas nesses casos, a remuneração da empresa também seja alterada, e até reduzida. Nós queremos seguir isso”, afirmou Couto.

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