Delegado: foi colocado sangue em travesseiro para atrapalhar investigações da morte de Eliza Samudio

Milson Veloso e Ana Clara Otoni - Hoje em Dia
25/04/2013 às 10:29.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:09

Durante o depoimento do delegado aposentado Edson Moreira, no quarto dia de julgamento do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o "Bola", foram revelados detalhes sobre a investigação da morte da ex-modelo Eliza Samudio. A testemunha voltou a ser ouvida nesta quinta-feira (25), no Fórum Doutor Pedro Aleixo, em Contagem, na Grande BH.

O delegado informou que não conversou com os peritos sobre substâncias químicas que poderiam invalidar o uso de luminol nas apurações. Edson Moreira pediu para acrescentar nos autos que na primeira perícia não foi identificado sangue algum nas buscas. Porém, em uma segunda perícia, foi encontrado sangue feminino em um travesseiro, sendo que a substância não estava lá anteriormente. A testemunha diz, então, que o sangue foi "colocado no travesseiro para atrapalhar as investigações".

O material não era de Eliza, segundo o delegado. Ele contou que há no sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas, uma saída que não é registrada pela portaria do condomínio. Segundo Moreira, certa vez, o réu Elenílson Vitor da Silva, na época caseiro do sítio, foi visto carregando "um saco preto cheio de coisas dentro" por essa saída.

O defensor de "Bola", Ércio Quaresma, responsável por interrogar o delegado, questionou sobre quem seria o autor desse "ardil", ao se referir à pessoa que teria "colocado" o sangue no travesseiro. Edson Moreira pergunta "que ardil?". Quaresma afirma entender pelo "Aurélio" (referindo-se ao dicionário) que tal fato é um ardil. A testemunha retruca que, se soubesse, teria apontado a pessoa.

Em seguida, o defensor do réu quer saber se Edson Moreira pediu a relação das pessoas que entraram e saíram do local entre a primeira e a segunda perícia. Ele diz que não, mas soube de furtos no imóvel e os autores foram presos. O Boletim de Ocorrência foi registrado em uma delegacia de Esmeraldas. Então, Quaresma indaga se há relação entre os suspeitos e os advogados envolvidos no caso, Moreira responde não saber, já que a investigação ficou a cargo dos policiais de Esmeraldas.

Para o delegado, se tiver alguma citação sobre lavagem do sítio de Bruno Fernandes para apagar vestígios de sangue, questão apontada pelo interrogador, essas conclusões estão no inquérito. Ele disse ainda que não pode afirmar que quem "plantou" o sangue no travesseiro é da defesa.

Acompanhe o julgamento de "Bola" ao vivo.

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