O delegado Geraldo Toledo, que foi indiciado pela morte de A.L, de 17 anos, participou da primeira audiência de instrução sobre o caso. A sessão ocorreu no Fórum de Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais, nessa quarta-feira (4). A reunião foi presidida pela juíza Lúcia Magalhães. De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ao todo, nove testemunhas foram ouvidas e a magistrada expediu quatro cartas precatórias. O delegado não foi ouvido e deverá ser interrogado apenas quando as cartas voltarem para a juíza. Ainda não há uma data marcada para Geraldo Toledo falar sobre o assassinato. Entenda o caso O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o delegado no dia 20 de junho deste ano. Segundo denúncia oferecida pelo órgão, Geraldo Toledo foi denunciado por homicídio duplamente qualificado motivo torpe, dissimulação e fraude processual. Além dele, outras cinco pessoas, sendo três amigos amigos, a advogada e a ex-namorada do delegado, também foram denunciadas por fraude processual. A advogada e a ex-namorada ainda irão responder por falso testemunho. De acordo com a promotora de Justiça Luiza Helena Trócilo Fonseca, o inquérito policial apresenta indícios suficientes da autoria do crime e, além disso, o denunciado procurou impedir que a verdade aparecesse, obstruindo a produção de vestígios e provas. "A vítima caiu em uma pérfida armadilha preparada de forma dolosa e finalística pelo denunciado, o que deixa efetivamente evidenciado a torpeza do motivo que resultou no lamentável e trágico crime", disse a promotora de Justiça. Atualmente, Geraldo do Amaral Toledo Neto está preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, que fica no bairro Horto, na região Leste de Belo Horizonte. Em nenhum momento, o delegado confessou o crime e ainda insiste na versão de que a amorada teria atirado contra a própria cabeça. A denúncia foi apresentada à Vara Criminal de Ouro Preto, bem como o pedido de desmembramento do processo em relação aos outros cinco réus. O crime A.L foi baleada na cabeça no dia 14 de abril de 2013, em Ouro Preto, na região Central do Estado. Na data, testemunhas informaram que o delegado e a garota teriam discutido dentro do carro do Geraldo Toledo momentos antes de ela ser ferida. Segundo a Polícia Civil, essa não foi a primeira vez que o delegado teria agredido a jovem. Conforme a assessoria de comunicação da corporação, em março deste ano, Geraldo Toledo chegou a ser indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressão contra a jovem. Já em 2011, Geraldo de Toledo foi detido em São Joaquim de Bicas, também na região Central de Minas. Ele também é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por receptação de veículos roubados e formação de quadrilha, mas responde em liberdade. A.L, de 17 anos, morreu na noite do dia 3 de junho, após ficar 51 dias internada no Hospital Pronto-Socorro João XXIII. A causa da morte foi uma parada cardiorrespiratória. O corpo da adolescente foi velado e enterrado no Cemitério Nossa Senhora da Conceição, em Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas.