Delegado indiciado por matar namorada tem habeas corpus negado

Thaís Mota - Hoje em Dia
02/08/2013 às 20:28.
Atualizado em 20/11/2021 às 20:38

O delegado Geraldo Toledo Neto teve o pedido de habeas corpus negado pela Justiça. Acusado de matar a namorada, a adolescente Amanda Linhares, de 17 anos, e de modificar a cena do crime, o policial está detido desde o dia 15 de abril em prisão preventiva.    Em primeira instância, a juíza Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque Silva decretou a prisão preventiva Geraldo por considerar que existiam indícios de que o delegado vinha ameaçando familiares da vítima e testemunhas do caso, além de praticar atos para dificultar as investigações, tais como ocultação e eliminação de provas.   Já o relator do habeas corpus, desembargador Renato Martins Jacob, concluiu que são muitas as condutas imputadas ao acusado que demonstram que a sua liberdade pode prejudicar o andamento da instrução criminal, bem como à garantia da ordem pública.   Ainda segundo o desembargador, consta nos autos que o acusado é uma pessoa violenta, que já havia ameaçado e agredido diversas vezes a vítima, assim como uma ex-namorada. “Esses fatos evidenciam o comportamento agressivo do delegado e, aliados à sua personalidade violenta, reforçam a necessidade de sua prisão provisória, também para a garantia da ordem pública”, explica o relator.   “De resto, anoto que o delito atribuído ao acusado, que ocupa importante cargo público de delegado de polícia, causou grave impacto social, tendo recebido ampla divulgação na mídia, que cuidou de retratar os efeitos negativos de tal crime na estarrecida coletividade mineira”, completou o magistrado.   Entenda o caso   Geraldo Toledo é suspeito de ter atirado contra a cabeça da namorada, de 17 anos, no dia 14 de abril, em Ouro Preto, na região Central do Estado. O casal estaria discuntindo dentro do carro do delegado momentos antes do crime. A jovem está internada no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII e não há previsão de alta.   Na data do crime, o delegado afirmou que ela teria atirado contra a própria cabeça. No entanto, o exame residuográfico sobre a suposta tentativa de suicídio da menor deu negativo. Diante do resultado, o delegado passou a ser o principal suspeito de ter atirando contra a namorada.    Segundo a Polícia Civil, esta não é a primeira vez que o delegado teria agredido a jovem. Conforme a assessoria de comunicação da corporação, em março deste ano, Geraldo Toledo chegou a ser indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressão contra a menor.   Já em 2011, Geraldo de Toledo foi detido em São Joaquim de Bicas, região central de Minas. Ele é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por receptação de veículos roubados e formação de quadrilha, mas responde em liberdade. O homem já foi casado com a a promotora de Justiça Mônica Toledo.

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