Estado grave

Delegado suspeito de matar reboqueiro é internado após contrair infecção, diz advogado

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
04/05/2023 às 12:36.
Atualizado em 04/05/2023 às 13:08
 (Maurício Vieira / Hoje em Dia )

(Maurício Vieira / Hoje em Dia )

O delegado Rafael Horácio, acusado de matar o reboqueiro Anderson Cândido de Melo em julho do ano passado, está internado em um hospital de Belo Horizonte. As informações são do advogado de Rafael, Fernando Magalhães, que alega que o cliente contraiu uma infecção dentro da Casa de Custódia da Polícia Civil. Segundo o defensor, o estado de saúde é grave. O delegado está internado há mais de 15 dias.

De acordo com o advogado, o réu precisou passar por uma cirurgia de urgência e não conseguiu fazer a recuperação de forma adequada. “(presídio) é uma casa velha, não tem controle de pragas, de insetos e ratos. Também não tem controle de alimentação para zelar com a recuperação dele. A juíza relativizou os direitos de cuidado com a saúde e entendeu que era possível tratar lá” explicou.

Após ser liberado do hospital, Rafael voltou à Casa de Custódia. Lá, teria adquiriu uma infecção que atingiu principalmente a pele, fazendo com que precisasse passar por procedimentos de enxerto. O advogado alega que dentro da unidade prisional, a recuperação não era favorável e, por isso, foram feitos diversos pedidos de liberdade provisória. Todos foram negados. 

Em uma das decisões, a juíza considerou que a Casa de Custódia possuía todas as condições para que Rafael fizesse a recuperação e alegou que ele fez a cirurgia em “um dos melhores hospitais particulares dessa capital. Está recebendo, portanto, os cuidados médicos necessários, custeados pelo Estado.”

A reportagem entrou em contato com o Fórum Lafayette, Polícia Civil e com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e aguarda os retornos.

O caso 

A briga de trânsito que resultou no crime ocorreu na avenida do Contorno, uma das mais movimentadas da região Central de BH, no dia 26 de julho de 2022. O delegado chegou a se apresentar espontaneamente na delegacia, mas foi preso apenas quatro dias depois.

O resultado da perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Civil comprovou que Anderson Cândido Melo não acelerou o veículo em direção a Rafael Horácio, antes de receber o tiro fatal.

O laudo divulgado contestou a versão do policial, que declarou, em depoimento, que Anderson teria "jogado" o caminhão contra ele e que teria atirado em legítima defesa.

Rafael Horácio está preso desde 30 de julho, depois de ter sido indiciado por homicídio qualificado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil. Ele teve três pedidos de habeas corpus negados.

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