Um casal de Belo Horizonte aguarda exame de autópsia do Instituto Médico Legal (IML), para confirmar a causa da morte da filha. A criança nasceu sem sinais vitais na madrugada do último domingo (14) e a suspeita da família é que a demora no transporte da gestante de um hospital para outro, com leitos disponíveis para realização do parto, tenha afetado a saúde da criança.
De acordo com o pai do bebê, Luiz Carlos da Silva, 33 anos, a esposa, Zenilda Souza Paresqui, 32, chegou com contrações ao Hospital Risoleta Neves no fim da noite de sábado (13). Ela estava na reta final da gravidez. "O médico a analisou e disse que as contrações ainda estavam poucas, mas quando aumentassem para oito a cada meia hora, era para nós voltarmos", contou.
Porém, ao chegar em casa, ele afirma que Zenilda sentia muita dor. Por isso decidiram retornar ao hospital. De acordo com Luiz Carlos, durante o exame de toque, à 1h30, o médico rompeu a bolsa de Devanilda, no entanto, não havia leito para realizar o parto. Eles ficaram aguardando transferência para outro hospital até às 3h30.
"Nesse período minha mulher ficou sem assistência médica. Não a analisaram nem conferiram se o bebeê estava bem", relatou.
Após essas duas horas de espera, a gestante foi transferida para o Hospital Sofia Feldman. Só lá, segundo Luiz, a equipe realizou exames na mulher e no bebê e constatou que os batimentos cardíacos da criança estavam fracos. Os médicos realizaram uma cesareana de urgência às 5h30, porém, a menina nasceu sem sinais vitais.
O casal está abalado e não sabe porque o fato aconteceu pois a mulher realizou o pré-natal regularmente e durante as consultas não foi constatada nenhuma anormalidade. "Inclusive, o último ultrassom foi feito na segunda (8), seis dias antes do parto, e estava tudo bem", completou.
Respostas
O corpo da pequena Beatriz, nome que o casal tinha decidido dar à menina, está no IML para realização de autópsia. "Quero saber a causa da morte da minha filha. Se for comprovado erro, vou tomar as medidas cabíveis", afirmou Luiz.
A menina seria a primeira filha do casal e era aguardada com ansiedade por eles. Agora, os dois buscam forças para aguardar o resultado do exame e poder sepultar a filha. "Estamos abalados, mas tirando forças de Deus para poder passar por tudo isso", lamentou.
De acordo com a Polícia Civil, a necrópsia foi realizada no corpo da criança, mas um exame especial foi solicitado para constatar se o bebê chegou a respirar ao nascer. O resultado deve ficar pronto em até 30 dias.
Hospitais
A assessoria de imprensa do Hospital Risoleta Neves não confirmou a demora na transferência. Segundo informações divulgadas pelo setor, a paciente já chegou ao hospital com a bolsa rompida e a transferência para a outra unidade foi realizada rapidamente.
Já o hospital Sofia Feldman confirmou a versão da família sobre a alteração nos batimentos cardíacos do bebê, assim que a gestante deu entrada na maternidade. A criança teve uma parada cardiorrespiratória ao nascer, as equipes chegaram a tentar reanimá-la, mas não obtiveram êxito.