Os depoimentos dos 13 jovens que foram presos durante as manifestações de 7 de Setembro estão sendo transcritos no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e vão dar corpo à investigação que será feita pelo órgão sobre possíveis excessos de policiais militares e agentes penitenciários. Os jovens foram libertados às 19 horas da última terça-feira (10), depois que a juíza Maria Luiza de Andrade Rangel Pires concedeu um http://www.hojeemdia.com.br/minas/justica-concede-alvara-de-soltura-para-manifestantes-presos-em-bh-1.168009 aos protestantes. De acordo com a promotora Nísia Floresta, do Centro de Apoio à Promotoria dos Direitos Humanos, os jovens que foram libertados, na segunda-feira (9), mostraram a indignação durante o depoimento aos membros do MPMG, no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, na região Oeste da capital. “A principal queixa da maioria deles é sobre os momentos anteriores ao encaminhamento ao Ceresp”, afirmou a promotora. Segundo a promotora, os jovens disseram que não se consideram quadrilha e – muito menos – milícia. Mas, para a Polícia Civil, as pessoas que foram presas em flagrante cometeramhttp://www.hojeemdia.com.br/minas/policia-diz-que-presos-nas-manifestac-es-cometeram-crimes-graves-organizador-diz-que-ha-exagero-1.167389 como formação de quadrilha, corrupção de menores, dano ao patrimônio e incitação à prática criminosa, além da constituição de milícia privada, que prevê reclusão de 4 a 8 anos. “Eles disseram que receberam um tratamento grosseiro de alguns agentes, mas como não tive acesso há todos os depoimentos, não sei se há denúncias de violência física em si”, contou a representante do MPMG. A Polícia Civil informou, na segunda, que está investigando pessoas que foram registradas por vídeo e fotografias em atitudes suspeitas. A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) informou que não foi registrada nenhuma ocorrência, ou denúncia, de agressão durante o período em que os manifestantes estiveram presos no Ceresp Gameleira. De acordo com a Seds, as denúncias de desvio de conduta de servidores devem ser feitas à Ouvidoria Geral do Estado, por meio do Disque-Ouvidoria 162. A expectativa do MPMG é concluir o inquérito em 30 dias – mas esse prazo pode ser prorrogável.