O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Durval Ângelo, disse nesta sexta-feira (19) que a quadrilha composta por policiais civis e militares que seria responsável por várias mortes no Vale do Aço é muito grande. A declaração foi dada após a prisão de dois policiais civis que possivelmente estão envolvidos no assassinato do fotógrafo Walgney Assis Carvalho, morto no último domingo (7), em Coronel Fabriciano. "Não vou divulgar nomes nem dados porque são sigilosos e para não atrapalhar as investigações. Mas a quadrilha é muito maior", disse o político. Ele acredita que a morte do fotógrafo está relacionada com o assassinato do jornalista Rodrigo Neto, que foi assassinato em Ipatinga, no mês passado. "Os crimes estão ligados a outros homicídios ligados a polícia. Temos que extirpar esse mal do Vale do Aço". Para Durval, além da região do Vale do Aço, a quadrilha age também no Vale do Rio Doce. "Temos que proteger as testemunhas. A investigação está sendo para valer e vários policiais ainda estão para ser presos", disse. Além dos assassinatos dos jornalistas, o presidente da Comissão informou que os supostos envolvidos também trabalhavam para traficantes na região. Assassinato O fotógrafo Walgney Carvalho foi morto no último domingo (14) com dois tiros. Ele estava no bar Pesque Pague, no bairro São Vicente, quando foi atingido por tiros na cabeça e na axila. O autor dos tiros chegou no local em uma moto e usava capuz no momento do crime. Após disparar contra o fotógrafo, o suspeito fugiu com um comparsa em uma moto NX preta. A vítima era divorciada e tinha uma filha. O O jornalista Rodrigo Neto, que foi executado a tiros, no dia 8 de março, quando estava em um bar do bairro Canaã, em Ipatinga. O repórter era especializado na cobertura de notícias policiais e durante sua carreira denunciou diversos crimes, inclusive envolvendo policiais militares e civis. Nesta sexta-feira, a Polícia Civil descartou a existência de um grupo de extermínio na região do Vale do Aço, mas confirmou que investiga a participação de policiais civis e militares no crime. Além das duas mortes, os suspeitos podem estar envolvidos em outros 13 homicídios ocorridos na região.