(Cristiano Machado/Hoje em Dia)
Somente em 45 dias é que o reforço na Barragem de Germano será finalizado, informou o deputado estadual Agostinho Patrus (PV), presidente da Comissão Extraordinária das Barragens.
O comunicado foi dado pelo presidente da mineradora, Ricardo Vescovi, durante visita da comissão à sede da empresa, localizada no Complexo de Germano, em Mariana.
Atualmente, segundo informações da Samarco, a barragem apresenta risco de nível 1, considerado crítico em uma escala que vai até 2. Normas de segurança definem como estável o nível a partir de 1,5 e quanto mais alto o valor maior a garantia de segurança.
“Nos apresentaram que esse é o prazo que precisam, mesmo trabalhando de manhã, de tarde e a noite. É um prazo de 45 dias para que seja feita a contenção dessa barragem para que o risco que hoje existe de se romper possa ser completamente afastado”, afirmou Patrus.
Havia ainda a previsão de visita dos deputados à barragem, mas o roteiro foi cancelado por causa do risco de chuva e raios. Outra reunião deverá ser agendada para a próxima semana para que a visita seja realizada.
Os deputados também devem ir até o município de Barra Longa. Na segunda-feira, também está prevista uma audiência pública em Governador Valadares, que teve o abastecimento de água comprometido pela lama.
Doações
Questionado sobre a possibilidade das doações das mineradoras às campanhas políticas poderem prejudicar cobranças por parte dos deputados, Patrus disse que todos os setores realizam doações e nem por isso ficam as margens da lei.
“Eu não acredito que isso possa influenciar a posição dos deputados”, disse.
Sobre a transformação da CPI em uma comissão, o deputado disse não considerar um problema. O que a comissão pode fazer a mais é quebrar sigilo bancário e telefônico”, afirmou. De acordo com ele, esse trabalho poderá ser realizado pela polícia.
Rio Doce
O deputado Agostinho Patrus adiantou que uma empresa será contratada pela Samarco para realizar um estudo sobre os impactos ambientais da tragédia. “Ele vai ser o ponto inicial para a recuperação de toda a bacia do Rio Doce”, afirmou. O estudo também deverá apontar o impacto para a biodiversidade nos próximos anos.