Dermatite atópica: 7 dicas para aproveitar o verão

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
17/01/2018 às 11:09.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:48

A dermatite atópica, doença inflamatória crônica que afeta cerca de 20% das crianças e até 3% dos adultos, pode se agravar com a chegada da estação mais quente do ano. Isso porque o calor, o suor, a umidade, o uso do ar condicionado, e até mesmo o cloro da piscina, podem estimular crises da doença.

A dermatite atópica tem forte influência hereditária e é causada por um desequilíbrio do sistema imunológico, provocando secura da pele, coceira extrema, lesões, rachaduras, inchaço e vermelhidão. Estes sintomas geram desconforto para os pacientes, ao ponto de tirá-los do convívio social nos casos moderados a graves. No verão, quando as atividades de lazer incluem ir à praia ou à piscina expondo o corpo, o impacto social da doença se agrava.

Confira 7 dicas importantes para não deixar que a dermatite atópica atrapalhe o verão:

1. Sol faz bem, mas com moderação
A exposição diária ao sol de 15 a 30 minutos pode ser uma aliada da saúde, contribuindo para a absorção do cálcio pelo organismo e o fortalecimento do sistema imunológico. No entanto, em excesso, pode ser um fator de irritação da pele. Não existe uma contra indicação do uso de protetores solares para os pacientes com a doença. Porém, é recomendado que se use produtos para peles sensíveis. É imprescindível usar o protetor antes e depois de nadar, mesmo em dias de pouco sol. Já o repelente, se for usado, deve ser utilizado após o fotoprotetor.

2. Banhos de mar e de piscina
Apesar da água salgada ter um poder anti-inflamatório que pode ser benéfico para quem tem dermatite atópica, o banho de mar não é recomendado para quem apresenta a doença nas formas moderada a grave, principalmente se a pele apresenta fissuras ou infecções secundárias. Por conta do cloro, os banhos de piscina devem ser sempre seguidos de duchas e hidratação.

3. É importante manter sempre a hidratação
O ressecamento da pele causa microfissuras que facilitam o contato com os agentes que desencadeiam os sintomas da dermatite atópica. Por isso, é importante mantê-la sempre hidratada. Recomenda-se utilizar loção sem perfume, ao menos duas vezes ao dia, de preferência sobre a pele já úmida. No verão, utilize um hidratante mais leve, de absorção rápida.

4. Ar condicionado: melhor evitar
Ventiladores e ar condicionados precisam ser higienizados periodicamente para evitar a proliferação de fungos e bactérias que podem causar irritação na pele. No verão, o uso de umidificador pode ser uma solução para amenizar a falta de umidade no ambiente, principalmente quando se faz uso do ar condicionado, pois o aparelho torna o ar mais seco.

5. Prática de esportes com moderação pode ser benéfica
A prática de esportes e atividades ao ar livre, em períodos mais frescos do dia, é bom para a saúde mental e física das pessoas. Porém no verão, o aumento da transpiração pode levar a sensação de coceira, agravando os sintomas da dermatite atópica. Com isso, é preciso avaliar cada caso, se exercitar com moderação e utilizar protetor solar específico, com poder de penetração e durabilidade maiores.

6. Usar roupas leves
É recomendado usar roupas leves, arejadas, de tecidos naturais como algodão, que ajudam na transpiração, além de evitar tecidos sintéticos. Para a praia ou piscina, outra sugestão é usar roupas com proteção solar. Não é recomendado que a criança ou o adulto fique com a roupa úmida sobre o corpo.

7. Cuidar do aspecto emocional e da autoestima
O estado emocional dos pacientes é afetado pelo constrangimento e estigma causados pelas lesões na pele, sintomas típicos da dermatite atópica, que, no verão, ficam mais evidentes devido ao uso de roupas mais leves. Estudo mostra que 51% dos pacientes com a patologia em sua forma moderada ou grave apresentam sinais de ansiedade e depressão. É importante que o paciente esteja sempre próximo de amigos e familiares que não deixam o preconceito e o isolamento tomar conta do cotidiano, bem como manter um acompanhamento médico e psicológico, se for o caso, em dia.

*Recomendações da dermatologista Cristina Laczynski, mestre da Faculdade de Medicina do ABC e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

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