(Leonardo Morais)
Cerca de 30 mil cães perambulam pelas ruas de Belo Horizonte. Além de estarem expostos aos maus-tratos, os animais oferecem riscos à saúde pública e ao trânsito. No entanto, a falta de conscientização da população, que abandona esses animais, e a ausência de estrutura do poder público para abrigá-los, inviabiliza uma solução para o problema.
Os órgãos públicos que seriam responsáveis por agir e retirar os animais das ruas, como o setor de Zoonoses e a Divisão de Meio Ambiente da Polícia Civil, reconhecem que a questão é preocupante. Os representantes dessas unidades confirmam que a capital não tem um local adequado para abrigar os bichos abandonados.
O problema ganhou destaque com o caso do funcionário público Franklin Soares Oliveira. Ele teve os 50 cães recolhidos, por força de uma ordem judicial, ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), neste mês, devido a condições inadequadas para cuidar da matilha.
Dois animais acabaram sendo mortos em uma briga no canil. A explicação é a de que eles foram separados do grupo com o qual chegaram e, em meio a animais estranhos, acabaram se envolvendo em um conflito.
Outros dois foram sacrificados em função de suspeita de leishmaniose, que depois foi descartada. O caso está sendo investigado pela Prefeitura de BH e motivou a realização de uma audiência pública, na última quinta-feira (30), na Câmara Municipal.
Fora das ruas
Neste ano, 1.800 cães foram recolhidos das ruas de Belo Horizonte após denúncias, segundo a gerente de Controle de Zoonoses da PBH, Silvana Brandão. Os animais capturados são vacinados, vermifugados, recebem um chip e passam por exames clínicos.
Caso o teste de leishmaniose seja positivo, é feita a eutanásia do bicho. Se ele estiver saudável, é colocado para adoção. No entanto, se não houver interessados em levar o cão para casa, o animal é novamente abandonado na rua.
“São devolvidos às ruas em boas condições. Se forem capturados novamente, o chip permite saber as últimas vacinas e atualizar esse quadro”, explica Silvana.