Desligados desde o ano passado, 207 radares voltam a operar em Belo horizonte

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
15/02/2018 às 20:43.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:23
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

Cerco aos motoristas infratores. Até abril, 207 radares que estavam desligados desde março de 2017 serão reativados nos principais corredores de tráfego de Belo Horizonte. Os equipamentos vão flagrar excesso de velocidade, avanço de sinal vermelho e invasão de pista exclusiva.

Atualmente, 574 faixas são fiscalizadas por meio de 230 aparelhos. Com o retorno dos que estavam inoperantes, a capital passará a ter 1.033 faixas monitoradas. Segundo o gerente de Análise e Processamento de Infrações da BHTrans, Leonardo Rios, os radares foram desativados após o término dos contratos com as empresas responsáveis pelo gerenciamento do sistema. Desde então, estão em curso novas licitações e acertos dos contratos.

No entanto, ainda falta a homologação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para que os equipamentos voltem a funcionar. É o caso, por exemplo, da Via Expressa, que atualmente não tem nenhum equipamento em operação no trecho dentro de Belo Horizonte. Mas, a qualquer momento, os sete medidores de velocidade voltarão a fiscalizar os condutores.

Dentre as faixas que voltarão a ser vigiadas, 233 terão radares de velocidade, 204 de avanço de semáforo e 22 de invasão de pista exclusiva. Além da Via Expressa, estão na lista as avenidas Nossa Senhora do Carmo, Antônio Carlos, Raja Gabaglia, Cristiano Machado, Carlos Luz e Vilarinho.

A expectativa é a de que a medida favoreça uma mudança de comportamento. “O que percebemos é uma redução não só da quantidade de acidentes como da severidade deles”, afirma Rios.

No ano passado, 194 mil multas, só por excesso de velocidade, foram registradas em BH, segundo dados do Detran-MG

Segurança 

Os equipamentos têm se consolidado como um importante instrumento para segurança no trânsito, segundo a BHTrans. Uma pesquisa feita pela empresa que gerencia o tráfego na capital mostra como isso ocorre na prática. Até o ano 2000 não existia fiscalização eletrônica na cidade. Na época, estatísticas apontavam 4,3 mortes para cada dez mil veículos em circulação. Em 2015, no último levantamento realizado, o número caiu para 0,8 óbitos para cada dez mil automóveis.

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Segurança no Trânsito, David Duarte Lima, o controle da velocidade é a principal alternativa para tornar o tráfego mais seguro. “Nenhum país conseguiu reduzir os índices de acidentes e mortes no trânsito sem conter o excesso de velocidade”, afirma. 

Pesquisa feita pelo próprio pesquisador, que é doutor em segurança no trânsito, mostra que a distância percorrida entre o momento em que há necessidade da frenagem e a parada propriamente dita do carro a uma velocidade de 60 quilômetros por hora (Km/h) é de 36 metros. Quando a velocidade passa a ser 80 km/h, o veículo para apenas 56 metros depois. E, a 100 km/h, 80 metros. 

Em uma via dentro da cidade, por onde percorrem ciclistas, motociclistas e pedestres, essa distância pode significar a morte de muitas pessoas. “Não é à toa que uma colisão a 60 Km/h é quatro vezes mais fatal do que a de 30 Km/h”, acrescenta David Duarte Lima.

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