Destino da ocupação Carolina Maria de Jesus só daqui a duas semanas

Raul Mariano
rmariano@hojeemdia.com.br
13/09/2017 às 09:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:32
 (Mauricio vieira)

(Mauricio vieira)

A ocupação Carolina Maria de Jesus deverá permanecer no prédio da avenida Afonso Pena, no Centro da capital, por pelo menos mais duas semanas. Cerca de 200 famílias estão morando no imóvel desde a madrugada do último dia 6.

Ontem, a primeira reunião entre líderes da ocupação, a Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel) e a Mesa de Diálogo e Negociação Permanente com Ocupações Urbanas e Rurais do governo do Estado deu início às negociações sobre a saída das pessoas do local. Um novo encontro foi agendado para o próximo dia 28, quando o impasse deverá ser resolvido definitivamente. A ordem de reintegração de posse foi expedida pela Justiça na última sexta-feira, mas não foi cumprida até o momento.

Poliana de Souza, uma das líderes da ocupação, afirma que o primeiro diálogo com o poder público foi positivo. “Tanto o governo do Estado quanto a prefeitura estão dispostos a negociar e pensar em uma alternativa justa para as famílias. Se mostraram inclinados a resolver a situação”, disse.

Consenso

“Não caberia discutirmos um novo despejo, pois os ocupantes acabariam indo para outro prédio abandonado”, frisou a coordenadora da Mesa de Diálogo e chefe de gabinete da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão, Lígia Alves Pereira. 

Ela informou que um ofício será enviado ao comando da Polícia Militar comunicando a realização da próxima reunião. O objetivo é buscar uma solução consensual sem que haja a necessidade de uma intervenção direta da corporação para cumprir a reintegração de posse. 

A Urbel informou, por nota, que "apresentou iniciativas que têm sido conduzidas pela Política Municipal de Habitação e o que está sendo formulado de alternativa de atendimento para as famílias que têm conquistas asseguradas pelo Orçamento Participativo da Habitação (OPH)"

Reivindicação

O advogado Tarcísio Fontenele, porta-voz da Fundação Sistel de Seguridade Social, proprietária do edifício, cobra o cumprimento da ordem de reintegração de posse. “Nós entendemos o pleito do movimento social, mas somos uma entidade privada e isso não nos diz respeito”. 

A ocupação é formada por famílias vindas de outras ocupações, ex-moradores de rua e pessoas despejadas depois de não conseguirem pagar aluguel. O grupo é coordenado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e reivindica que edifícios abandonados na capital sejam destinados à moradia popular. 

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