(Marcelo Prates)
Anfitrião de boa parte da folia em Belo Horizonte, o bairro Santa Tereza (região Leste) herdou destruição e sujeira após receber milhares de pessoas nos quatro dias de Carnaval. Local de concentração de vários blocos de rua, a Praça Duque de Caxias tinha na quarta-feira (13) bancos quebrados, lixo, jardins pisoteados e um forte cheiro de álcool e urina. Cena lamentada por moradores e comerciantes.
Nem o busto de bronze de Duque de Caxias, inaugurado em 1957, escapou dos mal-educados. Oferecida pelo Exército à capital, a peça foi pintada por vândalos. “Este ano não houve Carnaval, mas vandalismo. Só gostou quem participou da bagunça. Nosso bairro não comporta tanta gente”, diz a aposentada Ana de Azevedo.
Nascida e criada no bairro, ela afirma que funcionários da prefeitura só limparam a praça. Segundo Ana, coube aos moradores das ruas do entorno recolher a sujeira deixada diante das casas.
Os problemas se repetiram em vários pontos do Santa Tereza. Vizinhos da Praça Ernesto Tassini, por exemplo, reclamam que o lugar, antes cheio de roseiras, agora mal tem grama.
Por conta própria
O aposentado Roberto Fausto mora perto dali e com uma pá e um rastelo limpou, voluntariamente, a área verde. “A prefeitura só faz a varrição da rua e recolhe o lixo. Cuidar do jardim não é um serviço de rotina deles”, diz. “O que falta é educação ao povo e um planejamento melhor da estrutura em eventos como esses”.
Ao ar livre
Já a aposentada Maria das Graças Cerqueira Araújo ficou indignada com a falta de pudor dos foliões. “Vi aqui muitas cenas de sexo explícito. Drogas sendo consumidas como água e até mulheres defecando na porta das nossas casas. As pessoas não respeitavam nem a polícia. É revoltante”.
Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o serviço de limpeza urbana foi executado todos os dias, inclusive com plantão de varrição em algumas regiões. Também negou que a limpeza tenha ficado restrita às praças.
Hoje em Dia não conseguiu retorno da Belotur sobre a infraestrutura do Carnaval. Na quarta-feira, foi ponto facultativo nas repartições municipais.