Pelo menos 46 equipes do Programa Saúde da Família (PSF) de Belo Horizonte, ou 8% das 583 existentes, não têm médicos. A falta de profissionais é antiga e afeta servidores, com sobrecarga de trabalho, e pacientes, com a queda na qualidade do serviço.

Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed), Artur Mendes, seria necessário o dobro de servidores para BH atingir o índice recomendado pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, de 2 mil habitantes por equipe.

O preconizado pelo Ministério da Saúde é de 4 mil habitantes para cada grupo de trabalho, número também desrespeitado, considerando a população da capital. Ao todo, 15% dos moradores de Belo Horizonte não são atendidos pelo PSF.

“A prefeitura fez um concurso em 2012 e só chamou os aprovados após pressão da categoria. Só 30% dos médicos aprovados responderam ao chamado. O trabalho é pouco atrativo por causa dos baixos salários e das péssimas condições de trabalho”, avalia Mendes.

Deficiências

Entre os problemas encontrados estão a infraestrutura precária de atendimento, a falta de transporte, a escassez de medicamentos e a sobrecarga de trabalho. “Ou o médico deixa de atender todos para fazer bem feito ou acelera e presta um serviço sem qualidade”, diz o presidente do Sinmed.

Devido à dificuldade no atendimento, usuários vão às Unidades de Pronto- Atendimento (UPA) e postos de saúde, congestionando a rede. A crítica é3 da a conselheira municipal de Saúde, Martha Reis. “Há centros de saúde com cinco equipes e apenas um médico”, denuncia.

Solução

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reconhece a falta de médicos e alega problemas na escala de trabalho para não implantar um esquema de substituição de férias desses profissionais. De acordo com o órgão, são feitos estudos para contratar mais médicos e para expandir o PSF.