Técnica é fruto de estudo desenvolvido pelo engenheiro de telecomunicações Nicollas Rodrigues (Pixabay)
Desde o momento em que o Brasil passou a ficar atento à epidemia de um novo coronavírus na China, no início do ano, notícias com informações falsas já começaram a circular pelas redes sociais. Especialmente pelo WhatsApp, fake news sobre alimentos e bebidas milagrosas, que ajudariam na prevenção à doença, foram amplamente compartilhadas por muitos brasileiros. Mesmo que autoridades da área da saúde garantam que não há nada que possa ser ingerido para a profilaxia, as notícias falsas continuaram passeando em aplicativos de mensagens.
Neste 1º de abril, conhecido como o Dia da Mentira, o Hoje em Dia relembra algumas notícias falsas que viralizaram em mídias sociais. A ação é importante para que os leitores se informem e não compartilhem informações falsas ou sem comprovação científica. Confira dez fake news desmentidas por autoridades:
1) Áudios do ministro da Saúde sobre a evolução do novo coronavírus no Brasil
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que um áudio com previsões sobre coronavírus atribuído a ele é falso. Em entrevista coletiva à imprensa, ele esclareceu: "Deixo aqui bem claro: todas as informações que eu for passar para a população serão feitas pelos canais oficias do Ministério da Saúde”.
2) Vitamina C + zinco e vitamina D ajudam a combater o vírus
Um áudio circulou pelas redes sociais com a informação falsa de que a ingestão de alimentos ricos em vitamina C e zinco poderia prevenir a infecção. Também se espalhou a informação de que pessoas com pouca vitamina D estariam mais propensas a contrair o vírus.
Mas não há qualquer comprovação científica de que alguma vitamina poderia ajudar a prevenir a Covid-19 e não há recomendação por parte do Ministério da Saúde para a ingestão de determinadas substâncias para prevenção ou tratamento da doença.
3) Aplicativo Coronavírus-SUS, do Governo do Brasil, é inseguro
De acordo com o Ministério da Saúde, o aplicativo Coronavírus-SUS-Covid-19 foi desenvolvido com todos os padrões de segurança e preza pela confidencialidade das informações de seus usuários. As permissões solicitadas aos usuários são validadas por meio de certificação de segurança e são necessárias para disponibilizar aos usuários todos os recursos disponíveis no aplicativo. Ali é possível ter acesso a informações verificadas sobre prevenção, tratamento, orientações, entre outros.
4) China anuncia vacina para coronavírus
Conforme informações do Ministério da Saúde, muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas para o combate ao novo coronavírus, entretanto, até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção. Nenhum país ainda anunciou ter a vacina para a nova doença.
As recomendações são aquelas divulgadas a todo momento: lave as mãos com frequência, com água e sabão, ou então higienize com álcool em gel 70%; cubra seu nariz e boca com lenço ou com o braço (e não com as mãos!) quando tossir ou espirrar; evite tocar nos olhos, nariz e boca antes de higienizar as mãos; não compartilhe objetos de uso pessoal (como talheres, toalhas, pratos e copos); evite aglomerações e mantenha os ambientes ventilados.
5) Beber muita água e fazer gargarejo com água morna, sal e vinagre previne a doença
O Ministério da Saúde reforça a todo momento: não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a Covid-19. Gargarejos não servem como prevenção ou tratamento.
6) Pesquisa publicada por cientistas chineses diz que coronavírus tornará a maioria dos pacientes do sexo masculino infértil
De acordo com o Ministério da Saúde, o artigo citado está em fase de pré-publicação e não foi revisado pelos pares, portanto tem pouco valor científico no momento. Esse artigo traz dados preliminares sobre a possibilidade de infecção de células do testículo pela Covid-19, porém menciona que não existem dados suficientes para se estabelecer um risco de esterilidade.
Outros vírus são capazes de infectar essas células e causar inflamação nos testículos, como o vírus da caxumba por exemplo, no entanto na grande maioria dos casos essa infecção não leva a esterilidade. Desta forma, nesse momento, não é possível afirmar qualquer correlação entre o novo coronavírus e esterilidade.
7) Água fervida a 26°C ajuda a prevenir contra a Covid-19
Água em qualquer temperatura não ajuda na prevenção ao novo coronavírus, de acordo com o Ministério da Saúde. Conforme a pasta, a temperatura do corpo humano é de pelo menos 36°C e não haveria benefício algum em tomar uma bebida (água, chá ou qualquer outra substância) a uma temperatura de 26 a 27 °C.
8) Óleo consagrado pode curar coronavírus
Nenhuma substância vendida em ambiente religioso é usada para o tratamento da Covid-19 – isso vale para óleos, alimentos e água. Mesmo nas farmácias, não há medicamentos que eliminem os vírus, apenas remédios que ajudam a aliviar sintomas (como paracetamol e dipirona).
Alguns medicamentos estão sendo experimentados no tratamento de pacientes com a doença, mas conforme orientações médicas e científicas, dentro de ambientes controlados em hospitais.
Segundo o Ministério da Saúde, a cura dos infectados se dá pela própria resposta imune do organismo, sendo que pessoas diferentes vão ter uma capacidade de resposta diferente ao vírus. Algumas pessoas não chegam a desenvolver sintomas, enquanto outras progridem para uma infecção grave e fatal.
9) Vacina para cães imuniza contra Covid-19
Após a circulação de fake news pelas redes sociais, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) informou à população que as vacinas V8, V10 e V12, aplicadas em cães, não podem ser usadas em humanos como prevenção ao novo coronavírus. São vacinas que oferecem proteção a tipos de coronavírus que atingem especificamente caninos e nenhuma delas possui proteção ao Covid-19, que se espalha neste momento.
Um vídeo que circulou pelas redes sociais ajudou a disseminar a fake news. Nas imagens, um homem mostra o cartão de vacina de seu cachorro e mostra que uma delas oferece proteção ao coronavírus.
10) O vírus não sobrevive em ambientes com temperatura superior a 26°C
O Ministério da Saúde esclarece que o novo coronavírus pode sobreviver a temperaturas superiores a 26°C, tanto que a própria temperatura do corpo humano (aproximadamente 36°C) é superior a essa. No entanto, existem algumas evidências sugerindo que, no ambiente, os coronavírus no geral podem ter seu tempo de sobrevivência reduzido com temperaturas elevadas.
O período médio de incubação da infecção por coronavírus é de 5.2 dias, com intervalo que pode chegar até 14 dias. O Laboratório de Referência Nacional informa que os coronavírus resistem até 48 horas no ambiente, de acordo com a pasta.
Informe-se!
Importante ressaltar que tanto Ministério da Saúde quanto Secretaria de Estado de Saúde indicam o isolamento social como medida necessária para conter o avanço da pandemia de Covid-19 no país. Por isso, a recomendação é que, quem puder, deve ficar em casa.
Informações científicas podem ser conferidas no site do Ministério da Saúde e junto à UFMG, que criou um hotsite com informações sobre o novo coronavírus.