(Karoline Barreto/CMBH)
O diretor de Planejamento e Informação da BHTrans, Daniel Marx Couto, foi afastado do cargo por 90 dias. A medida foi tomada após um depoimento, realizado na última quarta-feira (23), à Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal de Belo Horizonte. A CPI investiga supostas irregularidades na empresa.
Segundo a Empresa de Transportes e Trânsito de BH, o dirigente foi licenciado para que possam levantar informações e esclarecimentos técnicos relativos à execução do contrato celebrado com a empresa contratada para realizar auditoria nos acordos de transporte público da capital.
Na quinta-feira (24), através de uma publicação no Diário Oficial do Município (DOM), a companhia já havia informado que iria instaurar um Processo Administrativo Punitivo (PAP) para apuração de eventuais ilícitos cometidos pela contratada, “bem como proceder ao exame dos atos e fatos conexos que emergirem no curso da investigação”.
Entenda o caso
Durante a sessão da semana passada, Daniel afirmou que a auditoria nas contas das empresas concessionárias do transporte público coletivo da capital não analisou todas as notas e documentos, mas apenas uma amostra.
De acordo com a vereadora Bella Gonçalves (Psol), a amostragem dos documentos não foi aleatória, uma vez que foram as concessionárias que escolheram quais documentos enviar. O presidente da CPI, Gabriel (sem partido), afirmou que essa análise não deveria ter sido permitida, pois não correspondia ao serviço contratado
Daniel Marx Couto explicou que a companhia contratada escolhia a quais meses deveriam pertencer os documentos e notas a serem avaliadas. À empresa concessionária cabia enviar os dados dos períodos solicitados.
Ele afirmou que o trabalho de supervisão não lhe dava a função de fazer análise de todas as notas fiscais recebidas pela BHTrans. O diretor também disse desconhecer diversos documentos apresentados na CPI que indicavam possíveis inconsistências.
Nova oitiva
Gabriel afirmou que, diante do que foi apurado até agora pela CPI, a BHTrans demonstrou incompetência ou corrupção. Conforme o presidente da comissão, Daniel voltará à CPI na condição de investigado.
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