(Frederico Haikal - Hoje em Dia)
Diretores e instrutores de autoescolas de Belo Horizonte fecharam uma das pistas da avenida João Pinheiro, no Centro da capital, durante parte da tarde da última sexta-feira (3), em um protesto contra a obrigatoriedade do uso de um novo modelo de simulador de direção por candidatos à carteira de motorista na categoria B. Desde o último dia 1º, todas as autoescolas do país estão obrigadas a se adequar à portaria do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e os alunos, a se submeterem a cinco aulas simuladas de 30 minutos cada. Apenas quatro empresas estão autorizadas a vender o simulador, que custa R$ 40 mil. O preço alto da novidade não deve se restringir ao bolso dos empresários. Segundo Ricardo Batista, coordenador do movimento, o custo será repassado aos candidatos, caso a determinação não seja revogada pelo Detran-MG. “Não somos contra o simulador, mas à forma como foi colocado. O gasto com o equipamento ainda se somará a pelo menos R$ 2 mil mensais com manutenção. Além disso, cinco aulas em um videogame não vão funcionar para mostrar a realidade de estradas aos futuros motoristas”, argumenta. Nenhum representante do Detran comentou o movimento da última sexta-feira (3) nem a normatização, publicada no Diário Oficial de Minas Gerais, em 27 de dezembro. Representantes da categoria defendem mudanças mais profundas para melhorar a qualificação dos motoristas recém-habilitados. “A carga horária, por exemplo, deveria ser aumentada. Apenas 30% dos candidatos são aprovados na primeira tentativa”, afirma Ricardo Batista. Atualmente, um aspirante a motorista gasta em média R$ 2 mil para tirar a carteira. O processo exige mínimo de 45 aulas de legislação e 20 práticas. O presidente do Sindicato dos Proprietários de Centro de Formação de Condutores (SinproCFC-MG), Rodrigo Fabiano da Silva, defende o uso compartilhado do equipamento. “Já estamos estudando a possibilidade de criar centrais de simulação, assim, um mesmo equipamento poderia ser utilizado por mais de uma autoescola”, explica.