Sexta-Feira da Paixão

Distribuição de peixes no Bonfim completa 30 anos: ‘é muito gratificante’, diz idealizador

Pedro Faria
pfaria@hojeemdia.com.br
07/04/2023 às 08:27.
Atualizado em 07/04/2023 às 09:18
 (Fernando Michel / Hoje em Dia)

(Fernando Michel / Hoje em Dia)

Um gesto de solidariedade que já se tornou tradição em Belo Horizonte movimenta a manhã desta Sexta-Feira da Paixão (7). Há 30 anos, centenas de pessoas se reúnem na Praça do Peixe, no Bonfim, região Noroeste da capital, para participar da distribuição de pescado.

Para muitos que ali estão, essa é a única oportunidade de fazer uma refeição no dia celebrado pelo cristianismo. O idealizador do projeto é o empresário Alfonso Teixeira. Para ele, foi essencial voltar com a distribuição de peixes após a pausa forçada pela pandemia de Covid-19. "Retomar o projeto é um motivo de muita alegria. Quem mais perdeu com o projeto parado foi eu, sem poder distribuir pra quem precisa”, disse.

O empresário Alfonso Teixeira distribui peixes na Sexta-Feira da Paixão, em BH, há 30 anos (Fernando Michel / Hoje em Dia)

O empresário Alfonso Teixeira distribui peixes na Sexta-Feira da Paixão, em BH, há 30 anos (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Para colocar em prática a tradicional distribuição de pescado, Alfonso contou com a ajuda de amigos e parceiros. É o caso de Daniel Faria, de 64 anos. O caminhoneiro aposentado contou que ficou comovido ao ver pela televisão a situação das pessoas que recebiam o peixe no último ano em que o projeto foi realizado. Desta vez, resolveu ajudar. Ele distribuiu 98 cestas básicas para os primeiros da fila. “Fico muito comovido com isso e quis ajudar. Estamos em um momento muito difícil e posso fazer algo para ajudar as pessoas. Isso aqui é muito gratificante”, afirmou Daniel.

Para o idealizador da distribuição na Prala do Peixe, ver que sua ação contagiou outras pessoas a participarem é muito gratificante. “Fico muito alegre, não dá pra dizer o quanto estou feliz. O mundo precisa de mais iniciativas assim. Seria extremamente gratificante ter mais gente doando”, contou Alfonso Teixeira.

A entrega de pescado é feita por meio de senhas. Nas primeiras horas da manhã desta sexta (7), a fila já ultrapassava 200 m de extensão. Quem chegou cedo não queria perder o lugar. É o caso da doméstica Ana Paula. Ela marcou presença às 15h do dia anterior e aguardava ansiosamente a abertura do portão. “Tem uns 15 anos que participo. É muito bom porque tem gente que possui muita coisa e não compartilha. É importante dividir e esse ano não vai ser diferente”, contou.

Apesar de não divulgar quantas pessoas participam e nem a quantidade de peixes distribuídos, Alfonso comentou que, quem estiver na fila, vai receber cerca de três quilos de cavalinha. A ação começou às 8h e segue a ordem das senhas entregues.

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