Luto

Dona Jandira, a 'Voz do Samba', morre em BH aos 85 anos

Velório será realizado no Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, na região norte da capital

Do HOJE EM DIA
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05/10/2024 às 10:26.
Atualizado em 05/10/2024 às 13:19
Dona Jandira, carinhosamente conhecida como a "Voz do Samba" (Instagram/Reprodução)

Dona Jandira, carinhosamente conhecida como a "Voz do Samba" (Instagram/Reprodução)

Dona Jandira, uma das principais vozes do samba mineiro, morreu, aos 85 anos, em Belo Horizonte, na noite dessa sexta-feira (4). A artista, que já tinha um histórico de insuficiência cardíaca e doença crônica renal, estava internada e entubada no Hospital Metropolitano Célio Castro, no Barreiro, por conta de uma pneumonia. A causa da morte não foi divulgada.

Carinhosamente conhecida como "A Voz do Samba", Dona Jandira foi velada no Cemitério Bosque da Esperança, no bairro Jaqueline, na região norte da capital.

Velório no Cemitério Bosque da Esperança (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

Velório no Cemitério Bosque da Esperança (Maurício Vieira/Hoje em Dia)

A artista, que conquistou gerações com sua interpretação marcante e profundo amor pelo samba, nasceu em Alagoas, onde se formou em pedagogia. A carreira artística começou já na maturidade, aos 66 anos. Na época, segundo o Almanaque do Samba – A Casa do Samba de Minas Gerais, que traça o perfil de mais de 100 sambistas, ela fundou o coral infantil Os Bem-te-vis, e precisou se inscrever na Ordem dos Músicos para poder coordenar o coral.

A Voz do Samba

Em uma entrevista para o Hoje em Dia, Dona Jandira falou sobre o início de carreira, com mais de 60 anos sobre a semelhança com outra negra guerreira: Clementina de Jesus, a “Quelé”. “Comecei aos 66 anos, idade um pouco avançada para uns, mas para mim não, pois me sinto com 30, 40 anos (solta uma gargalhada). É uma audácia. Clementina foi audaciosa. Sem comparações, mas também fui audaciosa. Costumo falar que sou (audaciosa), por isso estamos até hoje por aí”, ressaltou.

A importância do trabalho dela está, em grande parte, no diálogo com os clássicos da MPB (nomes como Ary Barroso e Lupicínio Rodrigues) e a nova geração de músicos, como o próprio Sérgio Moreira. “Dialogo com eles e também com a turma de rock, toco com menino de 20, 25 anos. Eles fazem a proposta, eu aceito e digo que eles também são audaciosos. Não é imitar, é fazer um trabalho com pessoas de outras gerações. "Até hoje, tenho dado conta”, brinca.

Veja a interpretação do clássico "Feitiço da Vila", de Noel Rosa    

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