Dono de grupo acusado de sonegar R$ 1 bilhão, que estava foragido, é ouvido pelo MPMG

Thais Oliveira - Hoje em Dia
02/12/2014 às 18:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:14
 (Reprodução/Space Minas)

(Reprodução/Space Minas)

O dono do grupo Space Minas, atacadista mineiro do ramo alimentício, Jairo Cláudio Rodrigues, foi ouvido, nesta terça-feira (2), pela Polícia Civil (PC) e pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O grupo é acusado de sonegação fiscal e pode ter causado prejuízos de até R$ 1 bilhão aos cofres públicos. Doze funcionários da empresa suspeitos de fraude já foram ouvidos pelo MPMG, nos dias 27 e 28 de novembro, em cumprimento aos mandados de condução coercitiva. Na época, Rodrigues não foi encontrado pela Polícia Civil (PC) e, por isso, era considerado foragido da Justiça.   O MPMG informou que Rodrigues, na companhia do seu advogado, se apresentou nessa segunda-feira (1º) à PC. Como já tinha um madado de prisão temporária contra o empresário, Rodrigues foi levado para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), no bairro Gameleira, região Oeste de Belo Horizonte. O mandado é válido por cinco dias e, segundo o MPMG, ainda não foi definido se um novo mandado de prisão será solicitado à Justiça.   O MPMG não divulgou detalhes do depoimento de Rodrigues. O órgão apenas informou que o depoimento integrará as investigações.   Veja abaixo a nota publicada pelo grupo Space Minas sobre o caso. A nota foi feita antes da apresentação de Rodrigues ao MPMG.   "A Space Minas Distribuidora Ltda esclarece aos seus funcionários, clientes, fornecedores, parceiros, amigos e demais, diante das últimas notícias publicadas na imprensa sobre o procedimento investigatório a que foi submetida, que a empresa continua a operar, regularmente, exercendo com empenho seu objeto social.    Comunicamos que o sócio proprietário, Sr. Jairo Cláudio Rodrigues, cumpria compromisso profissional fora do estado de Minas Gerais, e ainda não teve a oportunidade de prestar seus esclarecimentos para colaborar com as investigações, fato este que, invariavelmente, acontecerá no início da próxima semana.    A empresa reitera o comprometimento com a excelência de seus produtos e serviços, que a credencia a ser reconhecida como referência nacional de distribuição de gêneros alimentícios e bebidas, mantendo em seu quadro de colaboradores direto e indireto, aproximadamente 490 pessoas.    A Space Minas é hoje um dos maiores contribuintes de impostos no segmento, atuando no mercado há mais de 7 anos, sem o apontamento de certidão positiva de débito municipal, estadual e/ou federal.    Toda a equipe Space está confiante na realização de uma investigação justa, coerente e imparcial, dentro dos parâmetros da legalidade, na expectativa de que todas as informações necessárias à elucidação dos fatos sejam prestadas".    Relembre o caso   No último dia 27, a Polícia Civil, deflagrou a operação “O Dono do Mundo”, em parceria com o MPMG e com a Secretaria de Estado de Fazenda de Minas Gerais, quando cumpriu mandados de busca e apreensão em três unidades da empresa na Grande BH.   Segundo o promotor de Justiça do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária, Fábio Galindo Silvestre, o grupo Space Minas tem mais de 30 empresas satélites e fornecia mercadorias sem a emissão de nota fiscal, deixando de recolher aos cofres públicos o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os produtos eram vendidos para diversos empreendimentos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, além de Minas Gerais.   “O piso de autuação, isto é, o valor sonegado é, no mínimo, de cerca de R$ 300 milhões. Esse valor, porém, pode chegar a R$ 1 bilhão, já que esse é o montante aproximado movimentado pelo grupo”, afirmou o promotor.   Os 12 funcionários suspeitos de fraude são de Belo Horizonte, Contagem, Betim e Conceição do Pará. “Essas pessoas são de cargos estratégicos do grupo. Nesta quinta-feira, a maioria colaborou com as investigações e contou como atuava tendo em vista o cargo que exercia”, disse Silvestre.    Os bens do grupo, como imóveis, móveis e contas bancárias, foram bloqueados até o teto de R$ 1 bilhão.  “Caso seja comprovada a fraude, esses bens vão integrar o patrimônio de Minas Gerais”, informou o promotor.   Os estabelecimentos que compravam os produtos do grupo também serão investigados, uma vez que faziam a transação sem nota fiscal.   A operação "O Dono do Mundo" é resultado da "Operação Concorrência Leal", deflagrada no final de 2013, que teve como alvos principais empresas localizadas na Ceasa, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.   Atualizada às 20h38.

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