Uma megaoperação envolvendo dois promotores de Justiça, 11 fiscais da Receita Federal, um delegado e dez policiais civis é realizada na manhã desta terça-feira (15), no centro de Belo Horizonte. O alvo é um esquema de sonegação fiscal praticado pelo Minas Sol Hotel, localizado à rua da Bahia, altura do número 1.040. O endereço é o mesmo onde estão registrados outros dois hotéis: Classic Hotel Ltda. e C. S. Ferreira Hotel. De acordo com o Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), o débito atual do Minas Sol é de cerca de R$ 4 milhões e a Receita municipal espera outras autuações da ordem de R$ 3 milhões.
Objetivo da operação, segundo o Ministério Público de Minas Gerais, é coletar provas documentais sobre o esquema. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências de Jairo Rodrigues e Wallisson Scalioni Salles, respectivamente proprietário e gerente do Minas Sol, e em mais dois escritórios. A Justiça decretou, ainda, a prisão temporária dos dois, o bloqueio das contas das pessoas físicas e jurídicas envolvidas, além da indisponibilidade de bens imóveis e veículos.
As investigações indicaram que o hotel utilizava máquinas de cartão de crédito registradas em nome do Classic Hotel para ocultar os valores pagos pelos clientes. O Classic, que existe apenas no papel, tem como responsável Wallisson Scalioni Salles, e nada recolhe aos cofres públicos a título de Imposto sobre Serviços (ISS), apesar da grande movimentação financeira detectada em sua conta bancária.
As investigações indicaram, ainda, que tanto o proprietário quanto o gerente já foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) em virtude de administração fraudulenta da Casa do Rádio Administradora de Consórcio Ltda., que deixou uma dívida milionária na praça, causando prejuízo superior a R$ 80 milhões junto ao fisco estadual.
Para esclarecer com detalhes o sofisticado esquema de sonegação, a juíza da Vara de Inquéritos de BH decretou a intervenção no Minas Sol Hotel, passando a gestão da área financeira e contábil para administrador judicial nomeado para tal fim.
Em nota, divulgada na noite desta terça-feira, a assessoria de imprensa a Minas Sol esclareceu que está cooperando integralmente com as investigações. As apurações já foram iniciadas no estabelecimento, sobre as possíveis suspeitas de sonegação fiscal, por meio da empresa nomeada pela Justiça. Informou ainda que apenas se manifestará em relação ao caso após o término das investigações. O hotel esclarece ainda estar funcionando normalmente.
Atualizada às 22h23