(José Vitor Camilo /)
Durante a reunião, realizada na manhã desta segunda-feira (7) com pais de alunos no Colégio Magnum, no bairro Cidade Nova, região Nordeste se Belo Horizonte, mais pai relatou que o filho também apresentou indícios de ter sido abusado pelo auxiliar de educação física que é suspeito de estuprar um menino de 3 anos. A reunião precisou ser encerrada após uma mãe passar mal e ser retirada de cadeira de rodas.
O Hoje em Dia conversou com a comerciante Rosiane Pinto, de 45 anos, que participou do encontro na escola. Ela tem uma filha de 4 anos que estuda na instituição e que também convivia com o suspeito.
"Teve um pai que questionou o filho e, parece, que tem suspeita sim de outro abuso. Teve inclusive uma mãe que passou mal e a reunião foi suspensa. Houve muita comoção, estamos todos assustados, preocupados", conta.
Questionada pela mãe sobre quem a levava no banheiro, a filha da comerciante respondeu que era uma funcionária, monitora, quem fazia isso, inclusive com os meninos da sala. "A primeira medida a ser adotada pelo colégios vai ser colocar monitores em todos os banheiros da escola, dois funcionários em cada. Além disso estão dando apoio, tinha uma psicóloga na reunião", lembra.
A comerciante defendeu que a escola está tentando resolver o assunto, mas que isso não é fácil. "A gente tem que ter consciência de que isso pode acontecer em qualquer lugar e que não se resolve se colocar câmeras, espalhar monitores", completou Rosiane.
PC já investiga dois casos
Após a primeira denúncia de abuso sexual vir à tona, no sábado (5), a mãe de mais um aluno da instituição procurou a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) para relatar que o filho também teria sido vítima do suspeito, um auxiliar de educação física de 25 anos. A mulher foi até a delegacia na noite de domingo (6).
Já nesta segunda, a Polícia Civil (PC) divulgou uma nota à imprensa em que informa que as investigações sobre as denúncias de estupro de vulneráveis na instituição de ensino já estão em andamento.
"A Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente realiza várias diligências para coleta de dados, procedendo com escutas especializadas realizadas por psicólogos, como o caso requer, visando o esclarecimento total para remessa à Justiça. A delegada responsável pelo caso, Thais Degani, lembra que inquéritos policiais que envolvem menores de 18 anos devem ser mantidos em sigilo", ponderou a instituição.
Em entrevista ao Hoje em Dia, o suspeito afrimou que é inocente e pediu para que as pessoas não façam julgamentos sem provas. De acordo com o estudante de educação física, desde que as denúncias vieram à tona ele deixou de frequentar as aulas na faculdade, teve que apagar as contas nas redes sociais e vem vivendo com medo, já que algumas ameaças foram recebidas. "A minha vida agora está complicada. Chegaram coisas como: 'não saia na rua' e 'você vai pagar por tudo o que fez'. Eu não sabia de casos como esse, mas meus advogados me mostraram o que aconteceu na Escola Base e até de um rapaz que foi assassinado sem ter nada a ver com uma denúncia de abuso. Vendo esses fatos e, por eu estar sendo acusado, fica esse medo, né?", revela.