Nesta primeira quinzena de novembro, vários Estados brasileiros passaram a registrar um aumento significativo no número de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, inclusive Minas Gerais. No dia a dia, muito tem se falado que o país estaria vivendo uma segunda onda da epidemia de Covid-19. Mas, afinal, estamos em uma segunda onda ou este é um novo pico da primeira?
O professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e médico pneumologista Júlio de Abreu explica que, para ter uma segunda onda, pressupõe-se que a primeira tenha sido encerrada. E isso não aconteceu no país.
“No mês passado, registramos uma média de 300 mortes por dia, que é um dado significativo, mas menor do que no período em que a epidemia estava no auge. É diferente de alguns países europeus que conseguiram reduzir para praticamente zero o número de casos, mas verificaram um retorno da doença. Eles estão na segunda onda”, explica o professor.
Mas Júlio acredita que, na prática, não faz diferença se o Brasil está vivendo uma segunda onda ou ascensão de um segundo pico da primeira. Em seus vídeos publicados no Instagram, o médico alerta para uma segunda onda porque acredita que isso atrai mais a atenção dos seguidores.
“O mais importante é conseguir comunicar para as pessoas o que está acontecendo, mostrar que elas devem tomar os cuidados”, explica o médico.
Professor da UFMG e presidente da Sociedade Brasileira de Bioética, o infectologista Dirceu Greco concorda e diz que o mais importante é que os números (de casos) mostram que não está na hora de as pessoas relaxarem, especialmente no tratamento pessoal. É fundamental que todos mantenham o distanciamento social”, alerta.
Como se prevenir?
De acordo com Júlio Abreu, é fundamental que as pessoas usem máscaras constantemente - seja em ambientes de trabalho, em encontro com familiares, no deslocamento para o trabalho, em qualquer ambiente público. A máscara, segundo ele, permite que, mesmo em caso de contágio, a pessoa não receba uma grande carga viral do coronavírus, em caso de contato com um infectado.
Os cuidados com higienização das mãos e o distanciamento social também são importantes para evitar a propagação do vírus.