(Leonardo Morais)
GOVERNADOR VALADARES – Passaram-se 14 anos, mas o vigilante Milton Rodrigues, de 67 anos, lembra bem o que é ter dengue. Ele precisou de duas semanas para ficar livre dos sintomas, mas nunca vai esquecer das dores no corpo e nos olhos, da febre alta e da prostração que o impediram de trabalhar e brincar com os netos.
Depois disso, redobrou os cuidados, mas, ontem, descobriu que há um novo risco de proliferação do mosquito Aedes aegypti. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Valadares, neste ano foram notificados 901 casos de dengue na cidade, contra 937 em todo o ano passado. O índice de infestação da larva do mosquito é de 6,4% – acima de 1%, há risco de epidemia.
Os bairros com maior índice de infestação (9,9%) são Jardim do Trevo, Santa Paula, Planalto e Turmalina. Depois, o Santa Terezinha, o São Paulo e a Ilha dos Araújos, todos com 9,2%.
VACINA
Uma vacina está em desenvolvimento pelo Instituto Butantan desde 2011. A estimativa é a de que, até 2017, esteja disponível para imunizar a população.
Enquanto a vacina não é liberada, uma pesquisa da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), com o apoio do Ministério da Saúde, atua em outra frente, com o objetivo de conhecer a prévia infecção causada pelo vírus.
Com isso, será possível determinar a melhor estratégia para a introdução da vacina no Brasil. Amostras de sangue foram colhidas em voluntários de Valadares, em algumas unidades de saúde do município. A primeira coleta aconteceu na Estratégia Saúde da Família Vila dos Montes, em setembro.
Valadares foi convidada a participar do estudo por ser um município endêmico e por ter registrado epidemia de dengue nos últimos quatro anos. Para a conclusão do inquérito sorológico, foram necessários 1.022 voluntários.