(PEDRO GONTIJO – Arquivo Hoje em Dia)
Incivilidade urbana, imprudência, irresponsabilidade. Esses são apenas alguns dos atributos dados a quem pega um carro e sai às ruas de Belo Horizonte sem nunca ter pisado numa autoescola. Mais de 5 mil pessoas foram multadas sem permissão para dirigir só no primeiro semestre deste ano. Em média, 28 inabilitados são flagrados por dia. O número impressiona tanto as forças de segurança quanto os especialistas em trânsito
A condenável atitude é capaz de provocar acidentes e até matar. A polícia admite que a infração é comum e cometida por moradores de todas as idades. Já os consultores em tráfego garantem que o cenário reforça a necessidade de mais patrulhamento nas vias, pois a maioria das autuações acontece após abordagens em blitze. Mais rigor na punição também é fundamental para enfrentar o problema.
Hoje, o condutor detido sem a carteira de habilitação é multado em R$ 880,41. A situação configura crime de trânsito, mas a pessoa responde o processo em liberdade e, se for condenada, pode parar atrás das grades por seis meses a um ano. No entanto, a própria polícia informa que, normalmente, a pena é convertida em cestas básicas ou prestação de serviços à comunidade.
O delegado Rodrigo Fagundes, do departamento especializado de Prevenção e Investigação de Crimes de Trânsito, reforça que o número de infrações na capital é alto. Segundo ele, as imprudências resultam em recorrentes acidentes. “As pessoas, às vezes, acham que acontece somente com um vizinho. Que ela pode ir em um local próximo e não terá problema. Mas a gente vê que o problema acontece”, ressaltou Fagundes.
O policial está à frente das investigações de um recente caso na capital. Há alguns dias, um homem de 25 anos, com sintomas de embriaguez e sem carteira, teria avançado com o carro em uma parada obrigatória, batido em um ônibus e em duas motos da Polícia Militar, no bairro Jardim Leblon, em Venda Nova. No acidente, a filha dele, de 3 anos, que era transportada sem a cadeirinha e no banco da frente, ficou gravemente ferida.
O inquérito está em andamento. O motorista deverá responder pelo crime de lesão corporal com agravante por dirigir sob efeito de álcool. Testemunhas serão ouvidas e câmeras de imóveis da região, analisadas. Durante o registro da ocorrência, o rapaz se negou a fazer o teste do bafômetro, mas a PM lavrou um termo confirmando o abuso. No depoimento à Polícia Civil, o condutor disse que não tinha bebido e que o carro perdeu o freio. “Ao que tudo indica, ele foi responsável pelo acidente”, avalia o delegado.
Editoria
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