Em BH, garoto homenageia garis na festa de aniversário

Hoje em Dia
26/10/2015 às 20:29.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:13
 (Fotos: Divulgação)

(Fotos: Divulgação)

Em vez de Hulk, Homem-Aranha, Super-Homem ou Ben 10, o pequeno Gustavo Carvalhaes Nascimento escolheu como heróis personagens bem reais do dia a dia. Eles são de carne e osso e seus superpoderes são o profissionalismo e o carinho dedicados à cidade.

São os garis, a quem carinhosamente ele chama de “amigões”. Por isso, para a comemoração de seu aniversário de cinco anos, ele pediu uma festa com o tema limpeza urbana, e o principal, a presença de seus ídolos.

A mãe do Gustavo, Junia Carvalhaes Nascimento, e o pai, Eustáquio Francisco do Nascimento, além da irmã de 20 anos, Bárbara Carvalhaes, apoiaram a ideia e realizaram o sonho do menino, no último sábado, dia 24. Balões e tapete na cor laranja, lixeirinhas e até um minicaminhão coletor fizeram parte da decoração. Foram utilizados materiais recicláveis em quase todos os enfeites. O convite trouxe estampado um super-herói gari, chamando as pessoas para a festa.

Junia conta que não foi fácil compor as peças do cenário (elaborado pela loja Lambe Lambe Festas Infantis). Ela confessa que percebeu a expressão de surpresa dos que trabalham nesse ramo, ao contar o que precisava para a comemoração. “É mais fácil conseguir arranjos de personagens mais comuns, além de palhaços e ídolos de TV. Mas os heróis do meu filho são outros, os garis, e fizemos de tudo para que eles comparecessem”, destaca.

Faz de conta

Um dia desses, o escolar que busca diariamente Gustavo não compareceu, e ele faltou à aula. Foi a oportunidade de rever os amigos da coleta domiciliar e cumprimentar cada um, como costuma acontecer nesses encontros, porque permaneceu em casa durante o período da manhã.

“O interessante é que ele observa cada detalhe, se o caminhão é mais novo, se é outro motorista, se algum deles está de boné, e ainda faz questão de descrever tudo, na maior alegria”, explica a mãe.

Em casa, o pequeno fã dos garis convida os pais para a diversão e brinca de coletor de resíduos, fazendo o sofá de caçamba e transformando revistas velhas em montanhas de lixo. “Ele dirige, acena, feito os garis, reclama se o lixo está caindo fora do veículo inventado, sem contar que temos de fingir que somos seus colegas de trabalho”, lembra.

Aos dois anos, ele já demonstrava interesse pela rotina dos profissionais da limpeza, ao ouvir o barulho do caminhão. A mãe tinha medo de que ele ficasse um pouco tímido diante dos garis em sua própria festa, o que felizmente não aconteceu.

“Acredito que muitas crianças até desejem esse tema para o aniversário e alguns adultos, por preconceito, não levem adiante esse sonho, o que é errado. Aqui em casa, enxergamos esses profissionais com profundo respeito; os vizinhos ficam encantados.”

 

 

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