Homenagens

Em comemoração ao centenário em Minas, Marinha planeja criar memorial em BH

Capitania Fluvial do Estado, instalada em 1926, completará 100 anos em 2026

Bernardo Haddad
@_bezao
27/03/2025 às 18:35.
Atualizado em 27/03/2025 às 20:30
Sede da Marinha em Minas fica no bairro Belvedere, em BH (Marinha/Divulgação)

Sede da Marinha em Minas fica no bairro Belvedere, em BH (Marinha/Divulgação)

A Marinha do Brasil completará 100 anos de presença em Minas em 2026, mas o planejamento das comemorações já começou. A Capitania Fluvial de Minas Gerais (CFMG) pretende criar um memorial com exposições para contar a história da instituição e a ligação com o Estado. 

A ideia é que a mostra tenha equipamentos, partes de navegação, uniformes, medalhas e outros objetos que representam a centenária história, iniciada no território mineiro em 1926.

Segundo o assessor de relações institucionais da Marinha em Minas, Silvio Aderne Neto, o “grande desejo” da CFMG é obter recursos para criar o memorial, que ficará na sede da Marinha em Belo Horizonte, no bairro Belvedere, região Centro-Sul. 

“Nosso sonho de ouro é ano que vem inaugurar esse memorial, mas para isso precisamos de recursos e parcerias para contar a história da Marinha e a ligação da corporação com Minas”, disse. 

Presidente da Sociedade dos Amigos da Marinha (SOAMAR), Paulo Roberto Cardoso afirmou que o memorial será muito importante para difundir o importante trabalho nas águas mineiras. 

“O memorial tem a importância de perpetuar no tempo. Infelizmente, as pessoas que não têm acesso à informação ainda sentem estranheza em ouvir falar da corporação. O memorial também vai ajudar nisso”, disse doutor Paulo, como também é conhecido.

A SOAMAR foi criada na década de 1980, com o objetivo de disseminar a cultura e os valores marítimos, navais e fluviais. Segundo o presidente da instituição em Minas, a corporação “desperta a atenção do brasileiro para a importância dessas atividades”. 

100 anos da Marinha em Minas 

A Marinha chegou ao Estado em 1926, em Pirapora, no Norte de Minas, quando o então presidente Arthur Bernardes criou a Capitania dos Portos. A motivação foi a relevância social e econômica do Rio São Francisco para o país.

Em 2019, foi instalada a sede em BH. No ano seguinte foi criada a Delegacia Fluvial de Furnas, com o objetivo de aumentar a fiscalização e a segurança do lago da Usina de Furnas, que se tornou um dos pontos turísticos mais procurados do Estado. 

Atualmente, a instituição conta com duas delegacias fluviais - a outra fica em Pirapora. Além disso, um ponto avançado foi inaugurado recentemente em Uberaba, no Triângulo. 

A Marinha tem como objetivo criar uma nova delegacia fluvial, em Uberaba. No entanto, ainda não há previsão. 

“Em Uberaba ainda temos um grupo embrionário, que visa atender toda a região do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba. Temos o objetivo de criar uma delegacia fluvial na região, levando um comandante e um grupo de 35 militares para atuar no local”, destacou Silvio Neto. 

O atual comandante e capitão dos Portos de Minas é o capitão de Mar e Guerra Alessandro de Paula Lima.

Papel da Marinha no Estado

Entre as funções da Marinha em Minas, está a regulamentação de transportes aquaviários, inspeções navais e prevenção de acidentes nos rios mineiros. Além disso, a instituição fiscaliza e orienta usuários quanto à navegação segura e combate a poluição hídrica. 

A história da Marinha Mineira também está relacionada a grandes personalidades. Um exemplo foi o presidente da República Juscelino Kubitscheck, natural de Diamantina, responsável por autorizar a compra do primeiro Porta-aviões brasileiro, o Navio Aeródromo Ligeiro (NAEL) Minas Gerais, em 1956. 

O sexto presidente da república e mineiro natural de Santa Bárbara, Afonso Pena, recomendou e autorizou a construção de três encouraçados - na época o maior navio do mundo - para o Brasil, sendo um deles para Minas. 

Um dos principais políticos de Minas, Raul Soares, foi o primeiro civil a ser nomeado Ministro da Marinha Brasileira. Ele ocupou o cargo, que atualmente está extinto, entre 1919 e 1920.

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