Em greve, policiais civis fazem passeata após reunião no pátio da ALMG
Em greve, policiais civis fazem uma passeata em Belo Horizonte, na tarde desta segunda-feira (10). A caminhada foi iniciada após a categoria se reunir no pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul da capital mineira. Devido à paralisação, os policiais trabalham em escala reduzida de 30% do efetivo. A decisão de cruzar os braços foi tomada durante outra assembleia, realizada no dia 24 de maio deste ano. Na data, os policiais também fizeram uma passeata e uma manifestação na Praça Sete, onde queimaram caixões. O mesmo ato foi feito nesta segunda. Reivindicações A principal reclamação da categoria é referente à Lei Orgânica proposta pelo governo. Segundo o Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol), a lei é insuficiente. Os policiais civis exigem que o projeto seja trocado pelo substitutivo feito em 2011 pelas entidades de classe. A categoria ainda afirma que quem fez a Lei Orgânica não entende o dia a dia dos policiais civis, uma vez que a mesma tira direitos, como a promoção a nível especial e única proposta de aumento de cargos para delegados. Os policiais também lutam contra o sucateamento e pedem a equiparação do salário da base a um terço do salário de delegado geral grau B, a reestruturação das carreiras administrativas, concurso público para nomeação de mais investigadores e melhores condições de trabalho. Trânsito Com a passeata, o trânsito na região central da capital mineira é bastante lento. No entanto, de acordo com a BHTrans, nenhuma rua ou avenida foi totalmente interditada. Os grevistas estão reunidos na Praça Sete. Andamento da greve Conforme informações divulgadas por representantes do Sindpol, uma possível reformulação do texto da Lei Orgânica deve ser discutida em breve pelo sindicato e o Governo de Minas, entre os outros pedidos da categoria. Durante reunião desta segunda, ainda ficou decidido que um novo encontro será realizado na próxima quinta-feira (13) para ser feito um ajuste do projeto em conjunto com entidades de classe. Repercussão Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais afirmou que estranha que uma das entidades que representa os policiais civis, no caso o Sindpol, tenha organizado a manifestação e ainda causado transtorno ao motoristas que passaram pelo hipercentro de Belo Horizonte nesta segunda. Segundo o órgão, o protesto ocorreu três dias após ter sido acordado com deputados estaduais e membros do governo o envio de propostas que promovam ajustes no projeto da nova Lei Orgânica da Instituição. No mesmo encontro, que foi realizado na última sexta-feira (7), a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e a chefia da PC garantiram a plena disposição do governo para negociar alterações no texto original do projeto de lei, conforme reivindicaram as associações e sindicatos de delegados, escrivães, peritos criminais e investigadores. A Polícia Civil informou ainda que espera que o bom senso possa prevalecer, já que o projeto da Lei Orgânica, em tramitação na Assembleia Legislativa, é uma antiga reivindicação dos policiais e promove uma série de avanços para Instituição, valorizando todas as carreiras. Além disso, nos próximos dias, o governo vai anunciar o calendário para a realização de um concurso público para carreira de investigador. Atualmente, está em andamento um concurso público para 1497 vagas, sendo 121 para médicos legistas, 95 peritos criminais, 415 servidores para o cargo de analista e 866 para técnico assistente. Já sobre o fato dos policiais trabalharem em escala reduzida, a assessoria da PC garantiu que o trabalho da categoria em praticamente todo o Estado foi normal nesta segunda. Segundo levantamento feito pelo órgão, em apenas nove cidades foi registrado o atendimento de 30% nas delegacias, sendo elas Contagem, Betim, Brasília de Minas, São Francisco, Montalvânia, São Lourenço, Passos, São Sebastião do Paraíso e Inhapim. Atualizada às 18h48.