Em Minas, 180 acidentes com motociclistas são registrados por dia

Renato Fonseca e Danilo Emerich
02/10/2012 às 06:24.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:44
 (André Brant/26.07.2012)

(André Brant/26.07.2012)

Uma moto caída no asfalto e o piloto arremessado a metros de distância. A cena urbana se tornou corriqueira. Por dia, 180 acidentes envolvendo motociclistas são registrados em Minas Gerais. A imprudência e o desrespeito às leis de trânsito são apontadas como as principais causas das ocorrências.

De janeiro a agosto, foram 43.977 acidentes. O número é 2,3% maior que o registrado no mesmo período do ano passado (42.988). O alto índice de vítimas levou o Ministério da Saúde a considerar o problema como uma epidemia.

Dificilmente, quem anda de moto sai ileso de quedas e colisões. Conforme o Detran-MG, em mais de 80% dos casos, os condutores ficaram feridos ou morreram. O número absoluto de óbitos não foi informado.

Na capital, há dados disponíveis até 2011. Em oito anos, houve um salto de 69% nas colisões. No ano passado, 64 motoqueiros perderam a vida em BH – média de um a cada cinco dias. O número deve ser maior, uma vez que óbitos registrados após o resgate não entram na estatística.

Estratégia falha
 
A falta de dados confiáveis impede o planejamento de ações que garantam a integridade de pedestres e motoristas, afirmam especialistas. “Quanto mais detalhada a informação de um problema, mais fácil é o diagnóstico das causas. Somente assim é possível apontar soluções e dar a resposta necessária”, analisa o consultor em tráfego Silvestre de Andrade.

Uma vítima recente de um acidente é o reciclador Alex Soares, de 18 anos. Sem carteira de habilitação, ele pegou uma moto emprestada no último dia 9. Após alcançar 110 km/h em uma reta, em Sabará, na região metropolitana, ele perdeu o controle da direção e bateu em uma mureta.

Fraturas

O resultado foi uma perna e um braço quebrados, além da promessa de nunca mais encostar em um veículo de duas rodas. “Ando desde os 13 anos. Costumava guiar apenas por ruas que não tinham fiscalização. Abusei, mas nunca mais dirijo uma moto”, afirma Alex.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas e Ciclistas, Rogério Santos, atribui a maior parte dos acidentes às pessoas que não usam as motos para trabalhar.

Ele diz que as novas leis para os motoboys mostrarão à população que a categoria não é tão vilã quanto se pensa. “As batidas e desrespeitos ocorrem devido à má-formação nas autoescolas”.
 
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