(Maurício Vieira/Hoje em Dia)
O arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Azevedo, presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), celebrou na manhã desta quinta-feira (16) a tradicional missa de Corpus Christi na Catedral Cristo Rei, região Norte de Belo Horizonte.
Durante a celebração, o arcebispo avaliou que o país necessita de uma reconstrução para que a sociedade possa viver tempos menos violentos. Sem fazer referência a políticos, Dom Walmor também defendeu que é preciso ver de maneira mais ampla e luminosa para além das “ideologias partidárias”.
"Nesse momento, somos chamados como cristãos a dar publicamente testemunho da nossa fé cristã católica. A igreja nasce e vive da eucaristia, é o mistério da paixão, morte e ressurreição do senhor que deve se desdobrar em fraternidade universal e em solidariedade", afirma.
O arcebispo ressaltou a necessidade de uma reconstrução da sociedade brasileira sob os "alicerces da justiça e da paz".
"Estamos vivendo uma realidade desafiadora que é a fome no Brasil. Mais de 30 milhões de pessoas vivem com insegurança alimentar, desafiando autoridades, governos e a todos nós a um novo tempo. É vergonhoso sabermos que temos irmãos e irmãs que não têm o que comer", lamenta. "É hora de um novo tempo à luz do amor de Deus", completa.
Corpus Christi na Catedral Cristo Rei (Maurício Vieira / Hoje em Dia)
Violência na Amazônia
Presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor lamentou a morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na Amazônia. Para ele, o assassinato é reflexo de que o país não vai bem.
"Nós lamentamos muito, e é pra nós vergonhoso. O Brasil não vai bem e é mais uma chaga que se abre no tecido social, político e cultural do país. É preciso aprender lições de solidariedade. Lamentamos profundamente e nos unimos às famílias deles, mostrando que é hora de fazer valer a justiça, sobretudo a partir de um lugar tão importante quanto a Amazônia. É preciso que os culpados sejam punidos", pediu.
Eleições 2022
O arcebispo de BH destacou ainda a importância desse sacramento no atual momento, para iluminar os cristãos nas escolhas dos candidatos às eleições. "A festa de Corpus Christi lança uma luz de fraternidade. É uma lição importante para iluminar nas escolhas, sobretudo neste tempo de eleições. Precisamos escolher homens e mulheres capazes de darem um novo rumo ao Brasil. É uma responsabilidade muito grande, precisa de critérios que antecedem simplesmente escolhas político-partidárias e ideológicas", alertou.
Celebrações de Corpus Christi
Dom Walmor disse que a celebração da data é histórica e tem um significado muito especial para homens e mulheres de fé: celebração do corpo e do sangue de Jesus Cristo materializados na eucaristia. Neste ano, a data traz a “Fome e Eucaristia” como tema das missas e dos tradicionais tapetes de Corpus Christi.
Tapetes são tradição nas comemorações de Corpus Christi (Maurício Vieira/ Hoje em Dia)
A data de Corpus Christi é celebrada 60 dias após a Páscoa e rememora, de acordo com o catolicismo, a instituição da eucaristia pela transformação do pão e do vinho no corpo e no sangue de Cristo. Após a missa, realizada na manhã desta quinta (16), os fiéis seguiram em procissão pelas ruas enfeitadas com os tradicionais tapetes.
Segundo a Arquidiocese, os alimentos doados, e que depois serão partilhados com famílias que sofrem com a fome, compõem a arte elaborada pelos próprios fiéis. Depois da procissão, os critãos receberam bênção com o Santíssimo Sacramento.
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