(Mariana Durães)
Mesmo depois do ultimato dado pelo prefeito Alexandre Kalil na tarde desta segunda-feira (28), professores da educação infantil da rede municipal de BH disseram que não vão desistir do movimento. Em greve há quase 40 dias, e acampados há uma semana na porta da Prefeitura, eles se reuniram em assembleia para avaliar e discutir os rumos da paralisação.
Em coletiva, o chefe do Executivo afirmou que caso as aulas não voltem na próxima segunda-feira (4), a negociação volta à estaca zero. Os profissionais, no entanto, rebatem a declaração de Kalil. Para os dias em que o calendário deveria voltar, uma nova reunião deve acontecer.
De acordo com os representantes dos grevistas, o prefeito está "irredutível" e não aceita os pedidos de reunião enviados por eles. Caso ocorram cortes na folha de ponto, os docentes prometem não repor aulas.
"Não tem como a gente parar para negociar. Porque se tivermos que parar de novo, vamos precisar tirar novamente os alunos da rotina? Não podemos fazer isso com as crianças", afirma Paula Dalfero, que é professora da rede e faz parte do comando de greve.
Ainda conforme os representantes dos grevistas e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede-BH), o balanço mais recente da categoria mostrou que 55% dos profissionais estão parados, e continuam pedindo a aplicação do reajuste do piso.
Os docentes pedem equiparação do salário com os profissionais do ensino fundamental. Atualmente, quem trabalha nas Unidades Municipais de Educação Infantil (Umeis) tem uma remuneração inicial de R$ 1.431 por 22,5 horas trabalhadas semanalmente. Os que lecionam para estudantes em níveis de escolaridade mais avançados recebem R$ 2.252,42.
A proposta apresentada pela prefeitura no mês passado oferecia aumento de até quatro níveis na carreira para os profissionais formados em pedagogia ou normal superior, para os casos de quem ainda não teve progressão por escolaridade. COm isso, rendimentos poderiam chegar a R$ 1.680,79.
Mariana Durães /Professores ocuparam faixa da direita da avenida Afonso Pena, na região central de BH