(ALEX DE JESUS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO)
Seis dias de ataques, 64 ônibus incendiados, 94 presos, 22 menores apreendidos e 37 cidades mineiras horrorizadas com o poder de destruição do Primeiro Comando da Capital (PCC). Nesta sexta-feira, uma operação conjunta das forças de segurança em Uberlândia, no Triângulo, confirmou a atuação da facção criminosa no Estado. Nos próximos dias, novos mandados de prisão preventiva devem ser emitidos.
A investigação é feita pela Polícia Federal (PF) em conjunto com os serviços de inteligência das corporações Militar e Civil. Três pessoas que eram alvo da ação permanecem foragidas.
Quatro homens e uma mulher foram presos ontem por envolvimento com os ataques no Triângulo. Dentre os detidos, conforme o chefe da PF na região, Marcelo Leonardo Rodrigues Xavier, há também indivíduos que sequer tinham antecedente criminal, mas acabaram sendo atraídos pela facção que tem origem em São Paulo.
Para ele, as ações coordenadas em Minas Gerais nos últimos dias impressionam não apenas pelo estrago causado, mas também pelo ineditismo. “Já tivemos, em outras ocasiões, informações de que ataques seriam realizados. No entanto, por antecipação das inteligências policiais ou por desistência dos criminosos, eles não aconteceram. Agora, realmente estamos diante de acontecimentos nunca vistos”.
Alcance
Na última quinta-feira, um ônibus da linha 8207 foi incendiado no bairro Maria Goretti, região Nordeste da capital mineira, por volta das 23h. As chamas atingiram a fiação elétrica e algumas residências ficaram sem energia.
Por nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (SetraBH) afirmou que, caso os ataques continuem, os ônibus deixarão de circular na capital das 21h às 4h. O órgão alega falta de condições financeiras para repor os que foram queimados, já que cada veículo custa cerca de R$ 400 mil.
No mesmo dia, em Passa Quatro, no Sul de Minas, um ônibus interestadual também foi queimado por criminosos. Já em Frutal, no Triângulo, o crime foi cometido contra um caminhão da prefeitura da cidade. Um trator que estava ao lado do veículo queimado foi pichado com os dizeres: “vai morre (sic) PM, PCC”.
Whatsapp
Em Araxá, no Alto Paranaíba, 28 pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com os crimes. A operação batizada de “Paz Social” foi comandada pela Polícia Civil.
Durante as investigações, um dos mandantes dos atentados foi preso e, com acesso aos dados de um aparelho celular apreendido, descobriu-se um grupo de WhatsApp que era utilizado para articular os ataques.
Além disso, galões de combustível, drogas e munição foram apreendidos pela corporação. Nas últimas semanas, um ônibus e quatro veículos foram incendiados na cidade.
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