(Lucas Prates)
As lágrimas nos olhos do autônomo Luiz Gustavo Miranda, de 39 anos, eram de alegria e paz de espírito. Com uma vela na mão, ele rezava por saúde e um emprego. Assim como Luiz, milhares de pessoas participaram e se emocionaram na celebração dos 300 anos da Assunção de Nossa Senhora da Boa Viagem em Belo Horizonte. Durante toda a sexta, diversas celebrações e atos ecumênicos foram realizados para homenagear a padroeira da capital mineira.
À tarde, fiéis se reuniram para receber a imagem de Nossa Senhora. Já na Praça Rio Branco, no Centro de BH, os católicos realizaram o tradicional terço e, depois, saíram em procissão luminosa com a figura em cima de um carro do Corpo dos Bombeiros até a Igreja de Boa Viagem. No início da noite, mais de 4 mil pessoas se reuniram na paróquia para a missa presidida pelo arcebispo metropolitano, dom Walmor Oliveira de Azevedo.
Entre os fiéis que foram até a igreja para acompanhar a celebração estavam as amigas Terezinha Santana Maia, de 76 anos, e Ambrosina Amorin, de 75. Elas contam que foram à missa para agradecer as graças recebidas. “Sempre procuro vir. É um sentimento muito bom ver a santa chegando com a procissão”, afirmou Terezinha.
Segundo dom Walmor, Nossa Senhora está presente em BH há 300 anos. “Sem o caminho da fé é difícil percorrer o caminho certo. Sem ela, os resultados são guerras, corrupção e violência. A celebração é para reavivar a esperança de ver, de maneira mais ampla, nossa vida em Deus”, afirmou o arcebispo.
Isidoro
Dom Walmor também falou sobre a ocupação na região da Granja Werneck. Ele pediu ao governo do Estado para que a ordem de reintegração de posse não seja cumprida e que haja o diálogo entre as partes. “Não apoiamos que se faça invasões indiscriminadas. A Igreja está sempre do lado dos mais pobres e fracos. Não quer dizer que estamos contra governos. Estamos pedindo que se faça um diálogo”, disse.
Neste sábado, membros da Igreja Católica visitarão os ocupantes da Granja Werneck para fazer orações.