( Raul Machado/TJMG)
O empresário acusado de matar o seu sócio, em 2009, confessou o crime durante o julgamento nesta quinta-feira (12), em Belo Horizonte. Leonardo Coutinho Rodrigues Cipriano foi denunciado pela morte de Gustavo Felício da Silva. O corpo da vítima foi encontrado em 31 de agosto de 2009, dentro de um carrinho de supermercado, em uma boate, localizada na avenida Prudente de Moraes, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. O julgamento começou por volta das 13h30 e, por volta das 20h50, o promotor Francisco Rogério, representando o Ministério Público de Minas Gerais, ainda fazia as suas considerações. O réu afirmou, durante o seu depoimento, que, no desespero, escondeu o corpo, sem saber direito o que estava fazendo. Ele alegou não se lembrar de tudo que aconteceu após o disparo. Segundo Leonardo, a arma de sua propriedade teria sido levada à boate para ser deixada com o vigia. O julgamento é presidido pelo juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga. O conselho de sentença é formado por júri popular, sendo dois homens e cinco mulheres. No julgamento, foram ouvidas duas testemunhas de acusação e quatro de defesa. O assistente de acusação é o advogado José Arthur Di Spirito Kalil. Já o réu é defendido pelo advogado Leonardo Augusto Marinho Marques. Relembre o caso O corpo da vítima foi encontrado em estado de decomposição e apresentava marcas de espancamento, em 31 de agosto de 2009. O crime teria acontecido no dia 28 de agosto e Gustavo foi morto com um tiro na cabeça. De acordo com o processo, Leonardo teria usado R$ 20 mil de um patrocínio sem o consentimento do empresário. Por isso, Gustavo passou a administrar sozinho as finanças do bar e impediu que o sócio tivesse acesso às contas da empresa. Para se vingar do companheiro, o suspeito teria cometido o crime. Em setembro de 2011, o juiz Guilherme Queiroz Lacerda já havia decidido que Leonardo fosse a júri popular. O réu recorreu e pediu que a decisão fosse anulada, alegando que não houve motivo torpe. Ele também defendeu que não ocultou o cadáver. O desembargador Adilson Lamounier, relator do recurso, afirmou que houve motivo torpe e deixou que a segunda decisão, sobre o ocultamento do corpo, seja analisada pelo Tribunal do Júri. O Ministério Público chegou a pedir a prisão preventiva de Leonardo, em abril de 2010, mas o pedido foi indeferido pelo então juiz Nelson Missias de Morais, com a justificativa de que ele era réu primário, não apresentava riscos para a sociedade e estaria colaborando com as investigações.