Empresários do grupo Filadélphia podem ter causado prejuízo de R$ 55 milhões

Hoje em Dia
27/03/2014 às 15:20.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:47

Três empresários do grupo Filadélphia, Carlos Henrique Vieira, Daniel Luiz Vieira e Juliano Vieira da Silva, e o diretor Marcos Rogério Lima Amaro, foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de organização criminosa, operação ilegal de instituição financeira e lavagem de dinheiro. Segundo denúncia do MPF, o quarteto operou um esquema de pirâmide financeira que pode ter causado prejuízo aos investidores de R$ 55 milhões. Se condenados, os acusados podem ficar de cinco a 17 anos atrás das grades.    Os crimes supostamente cometido pelo quarteto foi descoberto a partir da Operação Gizé, realizada em 2012. De acordo com o MPF, a organização criminosa atuava por meio do grupo Filadélphia, que, por sua vez, era encabeçado pela Filadélphia Empréstimos Consignados, comandada por Carlos Henrique Vieira. Com sede no município de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a empresa atuou em todas as regiões do país, com exceção dos estados de Sergipe, Acre, Paraíba e Amapá. Carlos Henrique era proprietário de outras nove empresas, inclusive uma igreja.   Segundo a denúncia, entre 2008 a 2012, os acusados operaram clandestinamente a Filadélphia Consignados, atuando na captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de terceiros, e também na administração de seguros, sem qualquer autorização dos órgãos competentes.    Corrupção ativa   Daniel Luiz Veira também foi denunciado pelo crime de corrupção ativa. De acordo com a denúncia, pelo menos em duas vezes, ambas em setembro de 2011, ele teria prometido vantagem indevida a funcionários públicos do quartel da Aeronáutica em Lagoa Santa para a obtenção, de forma irregular, de contracheques de militares da corporação. Os funcionários envolvidos serão investigados pelo Ministério Público Militar por eventual desvio de conduta.    O MPF também pediu o envio de cópia do inquérito à Aeronáutica e à Polícia Militar de Minas Gerais, uma vez que foram encontradas provas de que diversos militares da Aeronáutica eram agentes da Filadélphia, captando clientes para os produtos da empresa em troca do recebimento de comissões. Há ainda indícios de que a segurança privada de Carlos Henrique Vieira e da Filadélphia era feita por militares.   Caixa   Dois ex-gerentes da Caixa Econômica Federal, também de Lagoa Santa, Renato Thomaz de Aquino e Victor Alexandre Oliveira Agostini, também foram denunciados pelo Ministério Público Federal, mas não por fatos relacionados ao grupo Filadélphia. Eles são acusados de estelionato contra o banco.   Durante as investigações da Operação Gizé, foi descoberto que os acusados conseguiram um empréstimo, na modalidade “crédito especial empresa”, por meios fraudulentos, com a inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da CEF e falsificação de documento particular.   Após a obtenção de R$ 198 mil, o dinheiro foi imediatamente distribuído para outras pessoas. A concessão fraudulenta do empréstimo foi confessada por Renato Aquino em depoimento à Polícia Federal. Os dois ex-gerentes continuam sendo investigados por suas ligações com o grupo Filadélphia.

© Copyright 2025Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por
Distribuido por