30% de reajuste

Empresas de ônibus esperam passagem a R$ 5,85 e garantem cobrar nova tarifa um dia após aval da PBH

Marina Proton
mproton@hojeemdia.com.br
06/04/2022 às 14:15.
Atualizado em 06/04/2022 às 14:37
 (Lucas Prates  / Hoje em Dia)

(Lucas Prates / Hoje em Dia)

O usuário do transporte coletivo de Belo Horizonte pode ser obrigado a pagar 30% a mais na passagem de ônibus. É o que espera o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da capital mineira (Setra BH). Diante de uma decisão judicial, que acolhe pedido da entidade e determina a implantação do reajuste anual, a tarifa pode saltar de R$ 4,50 para R$ 5,85. 

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) tem ainda pela frente nove dias para atender a determinação. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a decisão é de 1ª Instância e cabe recurso. 

Caso seja homologado, o reajuste entrará em vigor imediatamente, segundo informou o presidente do Setra, Raul Lycurgo Leite. 

Ele lembra, ainda, que o valor leva em consideração o período entre 2018 e 2021, quando a tarifa ficou congelada. “Não tem o que fazer. A gente tem um contrato de concessão que diz que o reajuste deve ser feito anualmente pelos índices inflacionários, o que não ocorre há quase quatro anos”, disse.

Recentemente, episódios envolvendo a paralisação de veículos de empresas que operam na capital foram constantemente registrados. O problema, de acordo com a entidade, está diretamente relacionado ao aumento dos custos, que não acompanhariam o lucro, já que a tarifa de ônibus em BH não segue o constante reajuste dos demais serviços. 

“O lado positivo é que com este cumprimento, vamos ver eventos como esse não ocorrendo mais. As empresas vão voltar a operar dentro de uma certa normalidade, conseguindo comprar diesel em maior volume, conseguindo ofertar mais viagens”, avaliou, considerando que, atualmente, o serviço está limitado ao quanto se arrecada. 

“Limita-se a quantidade de viagens principalmente fora do pico, para que você possa economizar o combustível. Apenas nossa folha de pagamento é de R$ 40 milhões, além dos gastos com diesel, garagem e manutenção, por exemplo. Não tem mágica, de outubro a fevereiro, arrecadamos R$ 64 milhões no nosso melhor mês e R$ 58 milhões no pior. Está sempre abaixo do que gastamos”, concluiu. 

Projeto na Câmara

Para os belo-horizontinos que esperavam pagar menos do que os R$ 4,50 atuais, já que um Projeto de Lei (PL), ainda à época de Kalil, autoriza que a PBH assuma R$ 0,20 no preço final da tarifa, a notícia não agrada. Foi o que constatou o Hoje em Dia em conversa com usuários nesta manhã.

O PL ainda será apreciado pela Comissão de Legislação e Justiça (CLJ) da CMBH. “O aumento não ocasiona em um prejuízo no que está sendo avaliado no projeto da gratuidade. Não voltaria para o valor anterior caso aprovado, mas teria descontado em cima dos R$ 5,85”, finalizou Raul Lycurgo Leite. 

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