(Lucas Prates/Hoje em Dia)
Os 200 mil estudantes belo-horizontinos do ensino infantil, fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA), que estão sem aulas há 93 dias, por causa da pandemia do novo coronavírus, não terão ensino remoto para cumprir o calendário escolar. Nesta semana, a Secretaria Municipal de Educação (Smed) descartou a possibilidade de ensino on-line.
Apesar de ter convocado os professores da rede municipal para o teletrabalho, o executivo garante que ainda não há previsão de volta às aulas - nem via web e nem presencial. "Não tem nenhuma possibilidade de retorno e nem possibilidade de aula remota. Isso não está sendo cogitado", destacou a secretária Municipal de Educação, Ângela Dalben.
Conforme a gestora, é quase impossível fazer ensino remoto com a educação infantil, já que as crianças ainda não são alfabetizadas. "Além disso, não temos certeza que nossos estudantes têm condições de ter celular, computador ou internet em casa", frisou. Por isso, segundo a secretária, o município não pode oferecer o ensino por meio das plataformas digitais. "Não existe previsão de estudo com uso de tecnologia", enfatizou.
Nesta semana, a prefeitura convocou os professores para voltar ao trabalho. No entanto, nenhum deles irá sair de casa. A princípio, todos os docentes e diretores vão se reunir por meio de plataformas digitais e conversar sobre como podem ajudar os alunos e seus familiares a entender a importância do isolamento social. "Podem, por exemplo, mandar carta para a família, via correio, para ficar em casa. Cada escola tem autonomia para ajudar os alunos nessa conscientização", explicou Ângela.
Mudanças
Apesar de ainda não vislumbrar quando as aulas presenciais serão retomadas, a Smed já começa a analisar quais adaptações serão necessárias para o retorno dos estudantes as escolas. Salas divididas para evitar aglomeração, rodízio das aulas por grupos de estudantes - com possibilidade de ensino dia sim dia não - e instalação de pias na entrada das instituições são algumas medidas que estão sendo avaliadas.
Além disso, os parquinhos não poderão ser utilizados pelas crianças, as refeições provavelmente vão ocorrer fora dos refeitórios e os bebedouros substituídos. "Talvez não tenhamos o tempo integral", disse a secretária de educação. Ela destacou, porém, que ainda não há uma definição e que a pasta vai seguir as recomendações indicadas pelos órgãos de saúde.
"São modelos que estão sendo usados em outros países, mas quem vai dar a coordenada será a secretaria de saúde. O órgão é que vai falar quando será possível e como vai ser", explicou. "Sabemos que vão ser medidas de muita contenção para controlar os riscos de contaminação. Mas, a primeira coisa mais importante, é a vida das pessoas, tanto dos professores quanto dos estudantes", finalizou.