Entre o tradicional e o moderno, ideal é conciliar o aprendizado

Izabela Ventura e Raquel Ramos - Hoje em Dia
06/04/2014 às 09:00.
Atualizado em 18/11/2021 às 01:58
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

De um lado, o bom e velho hábito da leitura, com direito a lambida nos dedos entre uma página e outra. Do outro, a tecnologia com “touches” cada vez mais rápidos e conteúdos atraentes e viciantes. Mas o debate entre progresso e tradição não precisa acabar em um ringue. Na educação, é possível conciliar as duas coisas e tirar proveito disso. A escola deve se apropriar das tecnologias e da inserção dos alunos em redes sociais para desenvolver o aprendizado, afirma José Wilson Costa, professor de informática e do programa de pós-graduação em educação da PUC Minas.   “Ferramentas modernas são aliadas do conhecimento se utilizadas para motivar os alunos e personalizar os conteúdos”, diz.   Novos Hábitos   Mas não é isso que se tem visto nas instituições de ensino. Na maioria das vezes, tamanho fascínio pelas tecnologias interfere na educação. A leitura e a escrita são algumas das práticas que têm ficado para trás, constata Christine Fontelles, diretora de educação e cultura do Ecofuturo. “O desafio é que o brasileiro nunca chegou a adquirir o hábito de leitura. E, agora, precisamos plantar essa semente em um mundo com tantos outros atrativos”, comenta.   Enquanto muita gente vê a tecnologia como um concorrente à educação, ela defende que computadores, tablets e smartphones se transformem em aliados. “Pode ser a tela de um celular ou a página de um livro. O importante é promover o interesse pela leitura, uma atitude que deve começar ainda na infância”.   Muita novidade   Utilizar um tablet para ler um livro ou baixar uma obra na internet ainda é muita novidade para as irmãs Maria Júlia e Ana Beatriz de Morais. Por outro lado, elas têm se saído bem ao conciliar o tempo gasto com tecnologias e as horas dedicadas a outras atividades.   Com apenas 13 anos, Maria Júlia já leu títulos famosos, como Os Miseráveis, do francês Victor Hugo. O hábito veio do avô, que trabalhava em uma editora e levava livros para ela. Apesar do gosto pela leitura, admite: é difícil resistir às redes sociais. Ela tem um perfil no Facebook e entra várias vezes ao dia para ver as novidades postados pelos amigos. “Na escola é proibido, e sou monitorada por minha mãe. Mas faz parte. Se não fosse assim, talvez o ‘vício’ fosse muito maior”, afirma.   A irmã caçula segue o exemplo. Leitora assídua, sobretudo de poemas, ela tenta se policiar para não perder muito tempo na frente do computador. “Ler é um costume que não quero perder. Mas se antes demorava cinco dias para acabar um livro, hoje já demoro dez porque divido o tempo com o computador”.

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